Eça de Queirós dá grande importância a Lisboa na sua obra-prima “Os Maias”. A cidade deixa de ser um cenário para constituir um espaço preponderante no decorrer da acção, ao permitir não só caracterizar as personagens modeladas, como ao revelar grande influência na alteração dos seus comportamentos.
Efectivamente, é notório que não são só as relações interpessoais que modelam as personagens, mas também a sua relação com a cidade e a vida que esta oferece. N’”Os Maias”, Eça de Queirós descreve uma Lisboa estagnada a todos os níveis, desde o aspecto cultural ao social, revelando-se em todos os comportamentos e atitudes dos seus habitantes. É uma cidade completamente corrompida, com valores morais degradados, que, aliados ao tédio e ao comodismo, impedem o desenvolvimento e atrasam o país em relação às tendências modernistas europeias. E a falta de iniciativa em que se encontra a cidade contribui para que ninguém sinta vontade de inovar e desenvolver. Descrever Lisboa e a Sociedade Portuguesa oitocentista finissecular é descrever exactamente o mesmo: o espírito romântico decadente.
Carlos da Maia é o exemplo da influência nefasta da cidade sobre as personagens, visto que, apesar de desde pequeno mostrar ser diferente dos outros, dotado de novas ideias e de um espírito empreendedor, com a chegada à capital e com o início do seu relacionamento social com as elites degeneradas que vivem das aparências, transforma-se num romântico, comodista, deitando por terra todos os sonhos e ambições de outrora.
Em conclusão, tendo em conta a influência que a cidade tem nos comportamentos das personagens, percebe-se o porquê de Eça de Queirós lhe ter dado tanta importância na sua obra.
Carlos Coutinho, nº9, 11ºE
quarta-feira, 26 de maio de 2010
terça-feira, 25 de maio de 2010
RESUMO DA INTRIGA PRINCIPAL DE OS MAIAS
O par romântico Carlos-Maria Eduarda tem o seu primeiro encontro não em Sintra, mas em Lisboa, quando Carlos se desloca à casa onde Maria se encontra, a pedido desta, pois Miss Sara, a sua governanta, adoecera. Como Castro Gomes estava ausente, estas personagens começaram a encontrar-se mais frequentemente e tornaram-se amantes. Carlos chega mesmo a instalar a sua amada numa grande mansão.
A relação é marcada por alguns dissabores, nomeadamente, o comportamento de Dâmaso em relação à união de Carlos com Maria Eduarda, o qual chega a publicar coisas ofensivas n’A Corneta do Diabo e também a escrever uma carta a Castro Gomes, quando este estava ainda no Brasil, denunciando os encontros dos apaixonados, o que acabou por provocar a descoberta do passado de Maria.
Com a revelação da relação incestuosa, Carlos reage mal e mantém conscientemente a relação com a irmã, sem que esta saiba de nada. O avô de Carlos, Afonso da Maia, ao descobrir que o neto continua a encontrar-se com Maria, morre de desgosto. Mais tarde, Ega, a pedido de Carlos, conta a verdade a Maria e dá-lhe dinheiro para ir para o estrangeiro. Carlos vai viajar com o amigo pelo mundo com o fim de se distrair.
Dez anos após a morte de Afonso da Maia, Carlos volta a Portugal e descobre que o país está praticamente na mesma. Encontra vários amigos e Ega põe-no a par de tudo o que se tem passado nos últimos tempos, principalmente da vida das outras pessoas.
Luísa Barros, nº18, 11ºE
A relação é marcada por alguns dissabores, nomeadamente, o comportamento de Dâmaso em relação à união de Carlos com Maria Eduarda, o qual chega a publicar coisas ofensivas n’A Corneta do Diabo e também a escrever uma carta a Castro Gomes, quando este estava ainda no Brasil, denunciando os encontros dos apaixonados, o que acabou por provocar a descoberta do passado de Maria.
Com a revelação da relação incestuosa, Carlos reage mal e mantém conscientemente a relação com a irmã, sem que esta saiba de nada. O avô de Carlos, Afonso da Maia, ao descobrir que o neto continua a encontrar-se com Maria, morre de desgosto. Mais tarde, Ega, a pedido de Carlos, conta a verdade a Maria e dá-lhe dinheiro para ir para o estrangeiro. Carlos vai viajar com o amigo pelo mundo com o fim de se distrair.
Dez anos após a morte de Afonso da Maia, Carlos volta a Portugal e descobre que o país está praticamente na mesma. Encontra vários amigos e Ega põe-no a par de tudo o que se tem passado nos últimos tempos, principalmente da vida das outras pessoas.
Luísa Barros, nº18, 11ºE
OPINIÕES SOBRE OS MAIAS DE EÇA DE QUEIRÓS
A obra “Os Maias” de Eça de Queirós é bastante conhecida não só pelo seu autor, mas também pela sua qualidade.
Após a leitura integral da obra, o episódio que considero mais empolgante é a história de Pedro da Maia e Maria Monforte, não só porque condiciona o a intriga principal, tornando possível a relação incestuosa de Carlos e Maria Eduarda, mas também pelo modo como Pedro se apaixona por Maria Monforte, levando ao ponto de se casarem mesmo contra a vontade do pai dele.
Relativamente à personagem que mais me marcou, considero que foi João da Ega, pela sua irreverência e por representar a voz contra a sociedade da altura, revelando-se, pois, uma personagem marcada por uma incontrolável rebeldia e pela defesa exaltada de ideias revolucionárias, nem sempre coerentes entre si. Ega é, contudo, sob a imagem trabalhada de si próprio, também um sentimentalista e frágil diante das paixões.
Para terminar, acrescento que, apesar d’ “Os Maias” serem no fundo um retrato social do século XIX, encontram-se alguns aspectos aplicáveis ao Portugal de hoje e, ainda que tenha gostado do livro (excepto algumas das longas e cansativas descrições), penso que poderia tê-lo aproveitado e apreciado um pouco mais, se não tivesse que o ler por ser considerada uma obra de leitura obrigatória.
Ana Rita Pacheco, nº5 11ºE
Eu não tive um momento/episódio predilecto. De facto tive vários. Gostei dos tempos de Carlos na faculdade, do jantar no Hotel Central, da ida a Sintra por parte de Carlos atrás da sua “Deusa”, não esquecendo o momento/episódio em que Cohen deu a entender ter descoberto que Raquel, sua esposa, o enganava com Ega.
Houve, na obra, duas personagens que me marcaram bastante, por motivos completamente contraditórios: Dâmaso Salcede e João da Ega.
Dâmaso Salcede despertou em mim um sentimento de raiva. É uma personagem completamente ridícula, um novo-rico, que quer ser amigo e “chique a valer” como Carlos e para isso o bajula. Completamente vaidoso, passa a vida a inventar histórias para que os outros o admirem. Contudo, por causa do seu orgulho ferido por Maria Eduarda, faz todos os possíveis para prejudicar Carlos Eduardo.
Por seu lado, João da Ega é um naturalista que se comporta como um romântico, quando está perdido de amores por Raquel Cohen, sendo este amor proibido pelo simples facto de Raquel ser casada. Ega é uma personagem extremamente crítica e irónica, possuindo assim um charme encantador e engraçado.
Com Os Maias, na minha opinião, Eça de Queiroz retrata na perfeição a sua época, satirizando também indirectamente a nossa. Assim, Os Maias são uma obra intemporal.
Raquel Oliveira Monteiro, nº 22, 11º C
Após uma primeira leitura do romance “Os Maias”, as opiniões dos leitores são muito variadas. Aqueles que gostam de ler, adoraram-no, ao contrário dos mais preguiçosos, que acharam uma «seca».
Na minha opinião, a primeira parte do romance é um pouco enfadonha, mas tem partes bastante importantes. Mas, como nem tudo é mau, a segunda parte é bem mais interessante, verificando-se mais “evolução” e acção na história, à medida que o romance incestuoso de Maria Eduarda e Carlos se desenrola.
Relativamente aos vários episódios da obra, aquele que mais me marcou foi o diálogo entre o casal protagonista após Castro Gomes ter contado a Carlos que Rosa não era sua filha e que Maria não era sua esposa, apenas uma mulher a quem pagava e que o seu verdadeiro apelido era Mac Gren. Ao ouvir estes factos, Carlos fica revoltado e sente-se traído, pois tudo o que vivenciara era para si falso. É então que resolve falar com a sua amante, acontecendo, a meu ver, o episódio mais bonito da obra.
Neste momento, os sentimentos de culpa por parte de Maria Eduarda são notórios, até porque já tinha tentado contar a Carlos o que agora ele veio a saber por outrem. Contudo, não teve coragem, receando a rejeição. Pede-lhe perdão, conta-lhe o seu passado, apela ao seu amor, entre lágrimas de sofrimento e de medo, uma vez que podia perder o seu grande amor.
Ao ver as reacções de Carlos, Maria revolta-se e declara-lhe bem alto o que sente por ele, usando uma das frases mais tocantes da obra: “Amo-te, adoro-te doidamente, absurdamente, até à morte!”. E Carlos, num momento de delírio, pede a sua mão em casamento. A sua amada fica eufórica só de apenas pensar em como seria o futuro entre eles e em como a sua vida seria maravilhosa. Porém, nada disto se verifica…
Custa pensar que um amor tão bonito estava já condenado, a partir do momento em que ambos saíram do ventre da mesma mãe!
É deste modo, e por estas razões, que a personagem que mais me marcou é a própria Maria Eduarda, despertando-me um sentimento de pena devido à dureza da sua infância e juventude. Graças aos caprichos e aventuras da sua mãe, a possibilidade de viver um amor ardente com a sua cara-metade, o irmão que desconhecia, foi totalmente destruída.
É triste a história de “Os Maias”, principalmente para as mulheres românticas. Como sou uma delas, esta obra marcou-me pela presença da ironia do destino e das coincidências que podem ocorrer ao longo de toda a nossa vida que, num instante, transforma a felicidade eterna em desgosto irrecuperável.
Sara Machado Oliveira, 11ºE, nº22
Nesta obra de Eça de Queirós, estimei vários episódios. Contudo, alguns momentos tiveram mais relevância para mim.
Apreciei bastante os episódios em que Carlos da Maia fazia todos os possíveis para que pudesse conhecer Maria Eduarda, pela qual se apaixonou desde a primeira vez que a avistou, à porta do Hotel Central, o que faz dele um romântico incurável. Também apreciei as visitas deste à Rua de S. Francisco, onde começou a desenvolver a relação tão desejada com Maria.
A personagem que mais me marcou foi João da Ega, o grande amigo de Carlos, não só pela sua personalidade excêntrica, mas também pela maneira como encarava a vida: com uma grande despreocupação e sempre com a intenção de se divertir e distrair. Outra personagem que me marcou foi Dâmaso Salcede, mas pela negativa. O facto de ele ser interesseiro, hipócrita e infiel fez com que eu não o valorizasse.
Em relação à obra em geral, penso que Eça conseguiu, claro que com muita ironia, retratar bem a sociedade da época e, por isso, achei interessante saber que hoje em dia o que se passa na nossa sociedade não é assim tão diferente do que é retratado n’Os Maias.
Luísa Barros, nº18, 11ºE
A história de “Os Maias” começa no Outono de 1875 quando Afonso da Maia se instala numa das casas de família, o Ramalhete. No início do livro, há uma analepse em que a narrativa remonta ao tempo de Pedro da Maia (filho de Afonso), entretanto falecido.
Nesta obra, o momento que mais me marcou foi o suicídio de Pedro, quando este chegou ao limite do seu sofrimento, da sua agonia, após a fuga da sua mulher. Nesta cena, Pedro mostra-se um fraco, confirmando a sua grande instabilidade emocional. Esta já se tinha verificado quando a mãe falecera. Assim, ao sofrer um grande desgosto com a fuga da esposa, andava como um “morto-vivo” pela casa do seu pai, depois de se reconciliarem. Juntando a morte da mãe ao facto de se encontrar sozinho, Pedro “bateu no fundo do poço” e deixou-se levar pelos maus sentimentos e emoções. Deixou tudo para trás (o seu filho Carlos e o seu pai Afonso) e acabou com a sua agonia.
Quanto à personagem que mais me marcou, foi decididamente João da Ega. Foi ele que me proporcionou momentos de descontracção, por ser uma personagem excêntrica que vive uma vida boémia. Ega é um homem um pouco contraditório: é um romântico sentimentalista e, ao mesmo tempo, um progressista e um crítico da sociedade. Impressiona tudo e todos com as suas atitudes arrojadas e revolucionárias. Sem dúvida, João da Ega é o espelho da faceta irónica de Eça de Queirós.
Embora me tenha “vergado” sob a tragédia e a comédia por ser uma história não só de amores e desamores, traições e mentiras, na minha opinião, ela é mais do que isso; ela “trabalha” temas sociais diversos, como a política, a religião, a literatura, a medicina…
Por fim, posso dizer que considero interessante, no final da obra, o balanço de vida feito por Carlos da Maia: a vida para ele é uma “treta” pois, por mais que tentasse lutar para mudá-la, reconhece que não vale a pena o esforço, porque há sempre “desilusões e poeira” - a fuga da mãe, a morte do pai e do avô e a descoberta do incesto (a mulher que amava era afinal sua irmã), por exemplo, são “poeiras” que encheram de fracasso a sua existência.
Nádia de Jesus, nº20, 11ºC
Após a leitura integral da obra, o episódio que considero mais empolgante é a história de Pedro da Maia e Maria Monforte, não só porque condiciona o a intriga principal, tornando possível a relação incestuosa de Carlos e Maria Eduarda, mas também pelo modo como Pedro se apaixona por Maria Monforte, levando ao ponto de se casarem mesmo contra a vontade do pai dele.
Relativamente à personagem que mais me marcou, considero que foi João da Ega, pela sua irreverência e por representar a voz contra a sociedade da altura, revelando-se, pois, uma personagem marcada por uma incontrolável rebeldia e pela defesa exaltada de ideias revolucionárias, nem sempre coerentes entre si. Ega é, contudo, sob a imagem trabalhada de si próprio, também um sentimentalista e frágil diante das paixões.
Para terminar, acrescento que, apesar d’ “Os Maias” serem no fundo um retrato social do século XIX, encontram-se alguns aspectos aplicáveis ao Portugal de hoje e, ainda que tenha gostado do livro (excepto algumas das longas e cansativas descrições), penso que poderia tê-lo aproveitado e apreciado um pouco mais, se não tivesse que o ler por ser considerada uma obra de leitura obrigatória.
Ana Rita Pacheco, nº5 11ºE
Eu não tive um momento/episódio predilecto. De facto tive vários. Gostei dos tempos de Carlos na faculdade, do jantar no Hotel Central, da ida a Sintra por parte de Carlos atrás da sua “Deusa”, não esquecendo o momento/episódio em que Cohen deu a entender ter descoberto que Raquel, sua esposa, o enganava com Ega.
Houve, na obra, duas personagens que me marcaram bastante, por motivos completamente contraditórios: Dâmaso Salcede e João da Ega.
Dâmaso Salcede despertou em mim um sentimento de raiva. É uma personagem completamente ridícula, um novo-rico, que quer ser amigo e “chique a valer” como Carlos e para isso o bajula. Completamente vaidoso, passa a vida a inventar histórias para que os outros o admirem. Contudo, por causa do seu orgulho ferido por Maria Eduarda, faz todos os possíveis para prejudicar Carlos Eduardo.
Por seu lado, João da Ega é um naturalista que se comporta como um romântico, quando está perdido de amores por Raquel Cohen, sendo este amor proibido pelo simples facto de Raquel ser casada. Ega é uma personagem extremamente crítica e irónica, possuindo assim um charme encantador e engraçado.
Com Os Maias, na minha opinião, Eça de Queiroz retrata na perfeição a sua época, satirizando também indirectamente a nossa. Assim, Os Maias são uma obra intemporal.
Raquel Oliveira Monteiro, nº 22, 11º C
Após uma primeira leitura do romance “Os Maias”, as opiniões dos leitores são muito variadas. Aqueles que gostam de ler, adoraram-no, ao contrário dos mais preguiçosos, que acharam uma «seca».
Na minha opinião, a primeira parte do romance é um pouco enfadonha, mas tem partes bastante importantes. Mas, como nem tudo é mau, a segunda parte é bem mais interessante, verificando-se mais “evolução” e acção na história, à medida que o romance incestuoso de Maria Eduarda e Carlos se desenrola.
Relativamente aos vários episódios da obra, aquele que mais me marcou foi o diálogo entre o casal protagonista após Castro Gomes ter contado a Carlos que Rosa não era sua filha e que Maria não era sua esposa, apenas uma mulher a quem pagava e que o seu verdadeiro apelido era Mac Gren. Ao ouvir estes factos, Carlos fica revoltado e sente-se traído, pois tudo o que vivenciara era para si falso. É então que resolve falar com a sua amante, acontecendo, a meu ver, o episódio mais bonito da obra.
Neste momento, os sentimentos de culpa por parte de Maria Eduarda são notórios, até porque já tinha tentado contar a Carlos o que agora ele veio a saber por outrem. Contudo, não teve coragem, receando a rejeição. Pede-lhe perdão, conta-lhe o seu passado, apela ao seu amor, entre lágrimas de sofrimento e de medo, uma vez que podia perder o seu grande amor.
Ao ver as reacções de Carlos, Maria revolta-se e declara-lhe bem alto o que sente por ele, usando uma das frases mais tocantes da obra: “Amo-te, adoro-te doidamente, absurdamente, até à morte!”. E Carlos, num momento de delírio, pede a sua mão em casamento. A sua amada fica eufórica só de apenas pensar em como seria o futuro entre eles e em como a sua vida seria maravilhosa. Porém, nada disto se verifica…
Custa pensar que um amor tão bonito estava já condenado, a partir do momento em que ambos saíram do ventre da mesma mãe!
É deste modo, e por estas razões, que a personagem que mais me marcou é a própria Maria Eduarda, despertando-me um sentimento de pena devido à dureza da sua infância e juventude. Graças aos caprichos e aventuras da sua mãe, a possibilidade de viver um amor ardente com a sua cara-metade, o irmão que desconhecia, foi totalmente destruída.
É triste a história de “Os Maias”, principalmente para as mulheres românticas. Como sou uma delas, esta obra marcou-me pela presença da ironia do destino e das coincidências que podem ocorrer ao longo de toda a nossa vida que, num instante, transforma a felicidade eterna em desgosto irrecuperável.
Sara Machado Oliveira, 11ºE, nº22
Nesta obra de Eça de Queirós, estimei vários episódios. Contudo, alguns momentos tiveram mais relevância para mim.
Apreciei bastante os episódios em que Carlos da Maia fazia todos os possíveis para que pudesse conhecer Maria Eduarda, pela qual se apaixonou desde a primeira vez que a avistou, à porta do Hotel Central, o que faz dele um romântico incurável. Também apreciei as visitas deste à Rua de S. Francisco, onde começou a desenvolver a relação tão desejada com Maria.
A personagem que mais me marcou foi João da Ega, o grande amigo de Carlos, não só pela sua personalidade excêntrica, mas também pela maneira como encarava a vida: com uma grande despreocupação e sempre com a intenção de se divertir e distrair. Outra personagem que me marcou foi Dâmaso Salcede, mas pela negativa. O facto de ele ser interesseiro, hipócrita e infiel fez com que eu não o valorizasse.
Em relação à obra em geral, penso que Eça conseguiu, claro que com muita ironia, retratar bem a sociedade da época e, por isso, achei interessante saber que hoje em dia o que se passa na nossa sociedade não é assim tão diferente do que é retratado n’Os Maias.
Luísa Barros, nº18, 11ºE
A história de “Os Maias” começa no Outono de 1875 quando Afonso da Maia se instala numa das casas de família, o Ramalhete. No início do livro, há uma analepse em que a narrativa remonta ao tempo de Pedro da Maia (filho de Afonso), entretanto falecido.
Nesta obra, o momento que mais me marcou foi o suicídio de Pedro, quando este chegou ao limite do seu sofrimento, da sua agonia, após a fuga da sua mulher. Nesta cena, Pedro mostra-se um fraco, confirmando a sua grande instabilidade emocional. Esta já se tinha verificado quando a mãe falecera. Assim, ao sofrer um grande desgosto com a fuga da esposa, andava como um “morto-vivo” pela casa do seu pai, depois de se reconciliarem. Juntando a morte da mãe ao facto de se encontrar sozinho, Pedro “bateu no fundo do poço” e deixou-se levar pelos maus sentimentos e emoções. Deixou tudo para trás (o seu filho Carlos e o seu pai Afonso) e acabou com a sua agonia.
Quanto à personagem que mais me marcou, foi decididamente João da Ega. Foi ele que me proporcionou momentos de descontracção, por ser uma personagem excêntrica que vive uma vida boémia. Ega é um homem um pouco contraditório: é um romântico sentimentalista e, ao mesmo tempo, um progressista e um crítico da sociedade. Impressiona tudo e todos com as suas atitudes arrojadas e revolucionárias. Sem dúvida, João da Ega é o espelho da faceta irónica de Eça de Queirós.
Embora me tenha “vergado” sob a tragédia e a comédia por ser uma história não só de amores e desamores, traições e mentiras, na minha opinião, ela é mais do que isso; ela “trabalha” temas sociais diversos, como a política, a religião, a literatura, a medicina…
Por fim, posso dizer que considero interessante, no final da obra, o balanço de vida feito por Carlos da Maia: a vida para ele é uma “treta” pois, por mais que tentasse lutar para mudá-la, reconhece que não vale a pena o esforço, porque há sempre “desilusões e poeira” - a fuga da mãe, a morte do pai e do avô e a descoberta do incesto (a mulher que amava era afinal sua irmã), por exemplo, são “poeiras” que encheram de fracasso a sua existência.
Nádia de Jesus, nº20, 11ºC
terça-feira, 30 de março de 2010
Traços de um trágico romântico em Frei Luís de Sousa
Um aspecto a reflectir sobre a relação entre elementos trágicos e românticos em Frei Luís de Sousa observa-se na evolução psicológica fatal das personagens.
Assim, em Madalena, este conflito verifica-se entre o passado pecaminoso e o presente, assente no amor por Manuel; em Telmo, verifica-se na sua mudança de fidelidade a D. João para o amor a Maria.
Contrariando a riqueza psicológica destas personagens, surge D. João, personificando a indissociabilidade dos laços matrimoniais, que, por respeito à fé católica de Garrett e aos factos históricos, vencem o confronto entre os sentimentos e o dogma, ao destruir fatalmente a família. No entanto, o arrependimento final de D. João demonstra a posição pessoal do autor. Esta obra apresenta-se ainda profunda nas semelhanças entre o regresso do passado, com esta personagem, e o mito sebástico.
Mas é também através dos traços heróicos de Manuel de Sousa Coutinho que é desenvolvido o mito, na comparação indirecta com o presente de produção da peça, pretendendo o autor transmitir a mensagem dos prejuízos da inacção popular que compromete o progresso e, portanto, da necessidade de reacção, o que esteve na origem da inaceitação da peça no seu tempo.
Francisco Gonçalves, 11ºC
Assim, em Madalena, este conflito verifica-se entre o passado pecaminoso e o presente, assente no amor por Manuel; em Telmo, verifica-se na sua mudança de fidelidade a D. João para o amor a Maria.
Contrariando a riqueza psicológica destas personagens, surge D. João, personificando a indissociabilidade dos laços matrimoniais, que, por respeito à fé católica de Garrett e aos factos históricos, vencem o confronto entre os sentimentos e o dogma, ao destruir fatalmente a família. No entanto, o arrependimento final de D. João demonstra a posição pessoal do autor. Esta obra apresenta-se ainda profunda nas semelhanças entre o regresso do passado, com esta personagem, e o mito sebástico.
Mas é também através dos traços heróicos de Manuel de Sousa Coutinho que é desenvolvido o mito, na comparação indirecta com o presente de produção da peça, pretendendo o autor transmitir a mensagem dos prejuízos da inacção popular que compromete o progresso e, portanto, da necessidade de reacção, o que esteve na origem da inaceitação da peça no seu tempo.
Francisco Gonçalves, 11ºC
terça-feira, 16 de março de 2010
Elementos da Tragédia Grega em “Frei Luís de Sousa”
A obra Frei Luís de Sousa não se encaixa na categoria de tragédia. No entanto, segundo o próprio Garrett, há-de sempre pertencer, pela índole, a este género. De facto, vários dos elementos essenciais da tragédia grega estão presentes nesta obra dramática.
Assim, nesta obra romântica, apesar da importância do amor, é o Destino (“Ananké”) a força suprema que vai governar as vidas das personagens.
Já o amor manifesta-se no Desafio concretizado por D. Madalena: a sua traição em pensamento a D. João de Portugal, quando estes eram ainda casados e Madalena se apaixonou por Manuel de Sousa Coutinho. A consciência de Madalena irá sempre fazê--la sofrer – “Pathos” – por causa deste seu desafio às leis morais e católicas – “Hybris”. Já o “Ágon” manifesta-se neste seu conflito emocional que não a deixará viver o seu amor em paz. Importa acrescentar que este conflito é fomentado e acentuado pelo desafio de Telmo à ordem familiar – “Hybris” -, através das suas profecias e agouros, e que irá também aumentar o sofrimento de Maria, por empatia com a sua mãe.
É o incêndio da casa da família ateado por Manuel, como forma de desafio aos governadores e ao poder instituído – “Hybris” -, que provoca a mudança para o Palácio de D. João, uma das peripécias da peça. Telmo vai trembém estar em conflito - “Ágon” pois vê agora um novo lado de Manuel e isto, aliado ao seu amor por Maria, vai prejudicar a sua fidelidade a D. João.
O aparecimento do Romeiro constitui o clímax (e também outra peripécia), pois vai destruir o precário equilibro da família, mostrando que D. João ainda está vivo. O reconhecimento deste e do Romeiro como uma só pessoa – anagnórise - pelo Frei Jorge dissipa todas as dúvidas e provoca um atroz sofrimento – “Pathos”-, pela sua família, a Manuel.
A vinda de D. João impele, por certo por obra do Destino, as personagens para um desenlace fatal, trágico – catástrofe. Efectivamente, a obra culmina na morte física de Maria e na morte espiritual e social de Madalena, Manuel e também de D. João, bem como num grande sofrimento em Telmo.
A catarse – “Katharsis” -, tem o seu auge na morte trágica de Maria, precedida de um monólogo que suscita terror e piedade nos espectadores, por se tratar de uma menina angelical e inocente que, devido à sua condição de nascimento, morre de “vergonha”, certamente por culpa da sociedade, projectando, talvez, a vida do próprio Garrett.
Em suma, Frei Luís de Sousa, um drama romântico, quebra convenções e inova, mas fazendo uso de elementos da tragédia grega, fundamentais para a sua índole trágica.
Catarina Matos
Francisco Gonçalves
Sofia Magalhães
11ºC
Assim, nesta obra romântica, apesar da importância do amor, é o Destino (“Ananké”) a força suprema que vai governar as vidas das personagens.
Já o amor manifesta-se no Desafio concretizado por D. Madalena: a sua traição em pensamento a D. João de Portugal, quando estes eram ainda casados e Madalena se apaixonou por Manuel de Sousa Coutinho. A consciência de Madalena irá sempre fazê--la sofrer – “Pathos” – por causa deste seu desafio às leis morais e católicas – “Hybris”. Já o “Ágon” manifesta-se neste seu conflito emocional que não a deixará viver o seu amor em paz. Importa acrescentar que este conflito é fomentado e acentuado pelo desafio de Telmo à ordem familiar – “Hybris” -, através das suas profecias e agouros, e que irá também aumentar o sofrimento de Maria, por empatia com a sua mãe.
É o incêndio da casa da família ateado por Manuel, como forma de desafio aos governadores e ao poder instituído – “Hybris” -, que provoca a mudança para o Palácio de D. João, uma das peripécias da peça. Telmo vai trembém estar em conflito - “Ágon” pois vê agora um novo lado de Manuel e isto, aliado ao seu amor por Maria, vai prejudicar a sua fidelidade a D. João.
O aparecimento do Romeiro constitui o clímax (e também outra peripécia), pois vai destruir o precário equilibro da família, mostrando que D. João ainda está vivo. O reconhecimento deste e do Romeiro como uma só pessoa – anagnórise - pelo Frei Jorge dissipa todas as dúvidas e provoca um atroz sofrimento – “Pathos”-, pela sua família, a Manuel.
A vinda de D. João impele, por certo por obra do Destino, as personagens para um desenlace fatal, trágico – catástrofe. Efectivamente, a obra culmina na morte física de Maria e na morte espiritual e social de Madalena, Manuel e também de D. João, bem como num grande sofrimento em Telmo.
A catarse – “Katharsis” -, tem o seu auge na morte trágica de Maria, precedida de um monólogo que suscita terror e piedade nos espectadores, por se tratar de uma menina angelical e inocente que, devido à sua condição de nascimento, morre de “vergonha”, certamente por culpa da sociedade, projectando, talvez, a vida do próprio Garrett.
Em suma, Frei Luís de Sousa, um drama romântico, quebra convenções e inova, mas fazendo uso de elementos da tragédia grega, fundamentais para a sua índole trágica.
Catarina Matos
Francisco Gonçalves
Sofia Magalhães
11ºC
Uma tragédia de drama
No passado dia 27, assistimos a uma representação de Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett, pela Companhia “Actos”, no Teatro Sá da Bandeira. A expectativa que a leitura prévia da obra criou em nós resultou, no entanto, numa desilusão que deixaria decepcionado o próprio autor, uma vez que não reproduziu convincentemente todo o dramatismo do texto original.
Referir-nos-emos em primeiro lugar à estrutura formal da peça. Após termos assistido à adaptação, reparámos na ausência de certos excertos, inclusive cenas, que influenciaram a sua compreensão por parte do auditório, como por exemplo, a cena do Irmão Converso, que tornou um pouco confuso o modo como D. João de Portugal se encontrou com Telmo.
No que diz respeito ao cenário, consideramos que foi ornamentado de forma muito pobre, contrastando com a riqueza descritiva que Almeida Garrett apresenta nas indicações cénicas que introduzem cada acto. Além disso, os retratos escolhidos não permitiram o reconhecimento imediato das personalidades retratadas. Contudo, o deficiente preenchimento do palco transmitiu a ideia de espaço amplo, característico dos palácios onde se desenrola a acção.
Descendo ao particular, debruçar-nos-emos na representação dos actores que, na maioria, deixaram muito a desejar. As actrizes que interpretaram Madalena e Maria pecaram a primeira pela pouca expressividade e a segunda, por exagero da mesma. Também os actores que desempenharam os papéis de Romeiro, Jorge e Bispo não conseguiram convencer o público. O Romeiro, pelo seu pouco dramatismo, não correspondeu à relevância que tem na peça; quanto a Frei Jorge, juntou à sua falta de expressividade uma fraca colocação de voz; finalmente, o Bispo, demasiado monocórdico no tom usado, não conferiu o devido dramatismo aos acontecimentos a que preside, sendo as cenas em que eles se desenrolam as mais dramáticas da peça. Para além disso, apresentou uma juventude inadequada ao papel assumido.
Houve, no entanto, duas boas prestações que se devem salientar, apesar de uma ter sido bem melhor do que a outra: a do actor que protagonizou Manuel de Sousa Coutinho e a do que encarnou Telmo.
De facto, presenciámos um Manuel com expressividade adequada às emoções vividas, representando de forma exemplar o sentimento patriótico e o amor pela família na cena do incêndio. Associou ao seu à-vontade em palco uma excelente projecção de voz. Esta virtude tinha também o actor que desempenhou Telmo, o qual, apesar de não ter seguido exactamente os passos e atitudes definidas pelo autor para a personagem, teve uma prestação um pouco melhor do que os restantes elementos do elenco.
Temos, porém, obrigação de mencionar o comportamento do público. O completo desinteresse que este revelou desencadeou atitudes lamentáveis, demonstrando uma indesculpável falta de educação e de respeito para com o elenco, que viu ser boicotada a visualização do espectáculo. Contudo, apesar de não servir como desculpa, pensamos que é o dever de uma companhia que se dedica a um público estudantil tornar uma adaptação teatral atractiva, dinâmica, de modo a cativar o interesse do mesmo, evitando talvez assim situações desagradáveis como as que se verificaram.
Em suma, a representação não espelhou a qualidade e a grandeza do texto original, muito por causa do cenário e, igualmente, da falta de competência de alguns actores.
Carlos Coutinho, nº9 11º E
Gonçalo Oliveira, nº13 11ºE
Pedro Cunha, nº21 11ºE
Referir-nos-emos em primeiro lugar à estrutura formal da peça. Após termos assistido à adaptação, reparámos na ausência de certos excertos, inclusive cenas, que influenciaram a sua compreensão por parte do auditório, como por exemplo, a cena do Irmão Converso, que tornou um pouco confuso o modo como D. João de Portugal se encontrou com Telmo.
No que diz respeito ao cenário, consideramos que foi ornamentado de forma muito pobre, contrastando com a riqueza descritiva que Almeida Garrett apresenta nas indicações cénicas que introduzem cada acto. Além disso, os retratos escolhidos não permitiram o reconhecimento imediato das personalidades retratadas. Contudo, o deficiente preenchimento do palco transmitiu a ideia de espaço amplo, característico dos palácios onde se desenrola a acção.
Descendo ao particular, debruçar-nos-emos na representação dos actores que, na maioria, deixaram muito a desejar. As actrizes que interpretaram Madalena e Maria pecaram a primeira pela pouca expressividade e a segunda, por exagero da mesma. Também os actores que desempenharam os papéis de Romeiro, Jorge e Bispo não conseguiram convencer o público. O Romeiro, pelo seu pouco dramatismo, não correspondeu à relevância que tem na peça; quanto a Frei Jorge, juntou à sua falta de expressividade uma fraca colocação de voz; finalmente, o Bispo, demasiado monocórdico no tom usado, não conferiu o devido dramatismo aos acontecimentos a que preside, sendo as cenas em que eles se desenrolam as mais dramáticas da peça. Para além disso, apresentou uma juventude inadequada ao papel assumido.
Houve, no entanto, duas boas prestações que se devem salientar, apesar de uma ter sido bem melhor do que a outra: a do actor que protagonizou Manuel de Sousa Coutinho e a do que encarnou Telmo.
De facto, presenciámos um Manuel com expressividade adequada às emoções vividas, representando de forma exemplar o sentimento patriótico e o amor pela família na cena do incêndio. Associou ao seu à-vontade em palco uma excelente projecção de voz. Esta virtude tinha também o actor que desempenhou Telmo, o qual, apesar de não ter seguido exactamente os passos e atitudes definidas pelo autor para a personagem, teve uma prestação um pouco melhor do que os restantes elementos do elenco.
Temos, porém, obrigação de mencionar o comportamento do público. O completo desinteresse que este revelou desencadeou atitudes lamentáveis, demonstrando uma indesculpável falta de educação e de respeito para com o elenco, que viu ser boicotada a visualização do espectáculo. Contudo, apesar de não servir como desculpa, pensamos que é o dever de uma companhia que se dedica a um público estudantil tornar uma adaptação teatral atractiva, dinâmica, de modo a cativar o interesse do mesmo, evitando talvez assim situações desagradáveis como as que se verificaram.
Em suma, a representação não espelhou a qualidade e a grandeza do texto original, muito por causa do cenário e, igualmente, da falta de competência de alguns actores.
Carlos Coutinho, nº9 11º E
Gonçalo Oliveira, nº13 11ºE
Pedro Cunha, nº21 11ºE
sábado, 13 de março de 2010
Faltou fogo!
Faltou fogo!
No dia 27 de Janeiro, fomos ao Teatro Sá da Bandeira ver a peça Frei Luís de Sousa. Foi um espectáculo um pouco controverso… desde actores que não eram muito apelativos, passando pelo público que estava eufórico até à pobreza e estado do teatro. De quem será a culpa deste fracasso?
Na minha opinião, a representação da peça teve algumas falhas e, por outro lado, também estava dependente de factores externos, tais como a recepção do público, a idade e educação do auditório e também as condições do teatro. Todos estes aspectos dificultavam a tarefa dos actores.
Relativamente a estes, os actores não eram muito (ou atrevo-me mesmo a dizer- nada!) atractivos e empolgantes. Madalena, a mãe, era muito pouco expressiva. Penso que era fundamental que esta personagem expressasse bem os sentimentos, pois passa por muitas situações adversas (o desaparecimento do marido, D. João de Portugal, a doença da filha, a mudança de casa,.. ) e a actriz não transmitia essas diferentes sensações. Para além disso, projectava muito mal a voz e tinha uma má dicção. Outra personagem que não tinha a menor projecção de voz era Maria, a filha de Madalena. Considero que a actriz foi mal escolhida, pois Maria é uma rapariga de 13 anos e na peça aparentava ser muito mais velha.
Telmo, na obra, é uma personagem muito empolgante e revoltada e na representação que vimos não passava estas emoções. Penso que se ouvia bem o que dizia, mas interpretava com pouca entoação. Era, no entanto, visível a sua “paixão” por D. João de Portugal, personagem esta que não teve um papel tão saliente como deveria ter. E foi uma grande desilusão não mostrar a cara durante toda a peça.
Em oposição a todos estes actores, Manuel de Sousa Coutinho teve uma prestação bastante boa, sobressaindo em relação a todos os outros. Falava alto, de forma compreensível e conseguia fazer transparecer sentimentos e expressividade.
Creio que todas estas condicionantes foram fazendo com, que o público se desinteressasse, acabando por ter uma postura muito incorrecta. Muitos espectadores falavam, apontavam lasers, assobiavam, gritavam e chegaram até a fumar substâncias ilícitas. No meu ponto de vista, o auditório teve uma péssima atitude e acabou por desrespeitar os actores.
Para além de tudo isto, a pobreza e as más condições do teatro dificultaram o ambiente. As cadeiras estavam desfeitas, o chão rangia, estava muito frio…
Assim, penso que estes aspectos denegriram a ideia de uma gloriosa e empolgante história, um pouco por culpa de tudo acima referido, o que criou um mau clima.
Filipa Barros, 11º A, nº 9
No dia 27 de Janeiro, fomos ao Teatro Sá da Bandeira ver a peça Frei Luís de Sousa. Foi um espectáculo um pouco controverso… desde actores que não eram muito apelativos, passando pelo público que estava eufórico até à pobreza e estado do teatro. De quem será a culpa deste fracasso?
Na minha opinião, a representação da peça teve algumas falhas e, por outro lado, também estava dependente de factores externos, tais como a recepção do público, a idade e educação do auditório e também as condições do teatro. Todos estes aspectos dificultavam a tarefa dos actores.
Relativamente a estes, os actores não eram muito (ou atrevo-me mesmo a dizer- nada!) atractivos e empolgantes. Madalena, a mãe, era muito pouco expressiva. Penso que era fundamental que esta personagem expressasse bem os sentimentos, pois passa por muitas situações adversas (o desaparecimento do marido, D. João de Portugal, a doença da filha, a mudança de casa,.. ) e a actriz não transmitia essas diferentes sensações. Para além disso, projectava muito mal a voz e tinha uma má dicção. Outra personagem que não tinha a menor projecção de voz era Maria, a filha de Madalena. Considero que a actriz foi mal escolhida, pois Maria é uma rapariga de 13 anos e na peça aparentava ser muito mais velha.
Telmo, na obra, é uma personagem muito empolgante e revoltada e na representação que vimos não passava estas emoções. Penso que se ouvia bem o que dizia, mas interpretava com pouca entoação. Era, no entanto, visível a sua “paixão” por D. João de Portugal, personagem esta que não teve um papel tão saliente como deveria ter. E foi uma grande desilusão não mostrar a cara durante toda a peça.
Em oposição a todos estes actores, Manuel de Sousa Coutinho teve uma prestação bastante boa, sobressaindo em relação a todos os outros. Falava alto, de forma compreensível e conseguia fazer transparecer sentimentos e expressividade.
Creio que todas estas condicionantes foram fazendo com, que o público se desinteressasse, acabando por ter uma postura muito incorrecta. Muitos espectadores falavam, apontavam lasers, assobiavam, gritavam e chegaram até a fumar substâncias ilícitas. No meu ponto de vista, o auditório teve uma péssima atitude e acabou por desrespeitar os actores.
Para além de tudo isto, a pobreza e as más condições do teatro dificultaram o ambiente. As cadeiras estavam desfeitas, o chão rangia, estava muito frio…
Assim, penso que estes aspectos denegriram a ideia de uma gloriosa e empolgante história, um pouco por culpa de tudo acima referido, o que criou um mau clima.
Filipa Barros, 11º A, nº 9
Selva ou teatro?
Selva ou teatro?
No dia 27 de Janeiro, as turmas do 11º ano foram assistir à peça Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett. A representação não correu da melhor maneira; as condições criadas pelo público e pelos actores não foram as melhores. O próprio espaço não ajudou.
A prestação e a paciência dos actores foram de louvar a certos níveis, pois não perderam a calma, ainda que perante um grupo de perto de 400 alunos que mais pareciam animais selvagens, todos aprisionados dentro de uma só grandiosa jaula. Embora tenha sido, talvez, um dos mais árduos obstáculos de ultrapassar, a companhia de teatro continuou o espectáculo, tentando que não se perdesse nada da peça.
Os actores foram ainda confrontados com várias adversidades, além dos alunos selvagens. As condições do teatro não eram as melhores: não havia microfones, o que obrigou a um maior esforço para que o texto fosse ouvido no meio dos comentários dos alunos. Os cenários eram muito básicos e pouco arrojados. Penso que estas duas razões ditaram a prestação dos actores, tendo sido notórias algumas falhas de concentração em algumas passagens.
Em suma, ainda que a prestação dos actores estivesse condicionada pelos factores acima mencionados, penso que a peça teria corrido muito melhor se não tivéssemos ido à selva em vez do teatro.
Miguel Fuas Lobo
11º B, nº 22
No dia 27 de Janeiro, as turmas do 11º ano foram assistir à peça Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett. A representação não correu da melhor maneira; as condições criadas pelo público e pelos actores não foram as melhores. O próprio espaço não ajudou.
A prestação e a paciência dos actores foram de louvar a certos níveis, pois não perderam a calma, ainda que perante um grupo de perto de 400 alunos que mais pareciam animais selvagens, todos aprisionados dentro de uma só grandiosa jaula. Embora tenha sido, talvez, um dos mais árduos obstáculos de ultrapassar, a companhia de teatro continuou o espectáculo, tentando que não se perdesse nada da peça.
Os actores foram ainda confrontados com várias adversidades, além dos alunos selvagens. As condições do teatro não eram as melhores: não havia microfones, o que obrigou a um maior esforço para que o texto fosse ouvido no meio dos comentários dos alunos. Os cenários eram muito básicos e pouco arrojados. Penso que estas duas razões ditaram a prestação dos actores, tendo sido notórias algumas falhas de concentração em algumas passagens.
Em suma, ainda que a prestação dos actores estivesse condicionada pelos factores acima mencionados, penso que a peça teria corrido muito melhor se não tivéssemos ido à selva em vez do teatro.
Miguel Fuas Lobo
11º B, nº 22
O Sermão de Manuel de Sousa Coutinho aos pupilos
O Sermão de Manuel de Sousa Coutinho aos pupilos
Com certeza que qualquer um se surpreenderia se, na expectativa de assistir a uma peça de teatro, acabasse por presenciar uma peça de “faz-de-conta”, seguida de um sermão.
Não posso culpar os incompetentes actores, nem o vergonhoso comportamento dos alunos e nem sequer as fracas instalações como factores separados e sem ligação. Posso, no entanto, culpar todas essas falhas!
Começando pelos alunos, esses tiveram uma postura inadmissível. Desde ruído enquanto a peça decorria, passando por pessoas a apontar lasers, distraindo os actores , a mandar vaias e comentários despropositados e até fumar droga dentro do teatro! Tal comportamento não seria de esperar de alunos do 11º ano e tenho vergonha em ter presenciado isso.
No entanto, os actores não cativaram, por assim dizer, o público. A maior parte deles eram actores sem experiência, que não sabiam projectar a voz e falavam em tom monocórdico, especialmente a actriz que representava Madalena. Provavelmente, o único actor decente que lá estava era o que interpretou Manuel de Sousa Coutinho, marido de Madalena.
Por último, era de esperar que num teatro com uma péssima companhia de actores, as condições fossem más. Algumas cadeiras estavam partidas, as restantes eram desconfortáveis e fazia um frio de morte na sala.
Concluindo, a peça em geral foi deplorável, a meu ver. Mas claro, como não podia deixar de ser, recebemos um sermão no final, relativamente ao nosso comportamento, dado pelo actor que representava Manuel.
Com uma peça de faz de conta e um sermão, devo dizer que passei uma manhã … original !!
Bárbara Pinho, 11º A, nº 3
Com certeza que qualquer um se surpreenderia se, na expectativa de assistir a uma peça de teatro, acabasse por presenciar uma peça de “faz-de-conta”, seguida de um sermão.
Não posso culpar os incompetentes actores, nem o vergonhoso comportamento dos alunos e nem sequer as fracas instalações como factores separados e sem ligação. Posso, no entanto, culpar todas essas falhas!
Começando pelos alunos, esses tiveram uma postura inadmissível. Desde ruído enquanto a peça decorria, passando por pessoas a apontar lasers, distraindo os actores , a mandar vaias e comentários despropositados e até fumar droga dentro do teatro! Tal comportamento não seria de esperar de alunos do 11º ano e tenho vergonha em ter presenciado isso.
No entanto, os actores não cativaram, por assim dizer, o público. A maior parte deles eram actores sem experiência, que não sabiam projectar a voz e falavam em tom monocórdico, especialmente a actriz que representava Madalena. Provavelmente, o único actor decente que lá estava era o que interpretou Manuel de Sousa Coutinho, marido de Madalena.
Por último, era de esperar que num teatro com uma péssima companhia de actores, as condições fossem más. Algumas cadeiras estavam partidas, as restantes eram desconfortáveis e fazia um frio de morte na sala.
Concluindo, a peça em geral foi deplorável, a meu ver. Mas claro, como não podia deixar de ser, recebemos um sermão no final, relativamente ao nosso comportamento, dado pelo actor que representava Manuel.
Com uma peça de faz de conta e um sermão, devo dizer que passei uma manhã … original !!
Bárbara Pinho, 11º A, nº 3
"The show must go on!"
“The show must go on!”
Neste texto de apreciação, pretendo fazer uma crítica à peça de teatro “Frei Luís de Sousa” que fomos ver no dia 27 de Janeiro.
Afirmar que a vimos e que a conseguimos compreender na totalidade é, muito sinceramente, mentir. Não foi a dificuldade do texto, nem a acústica, nem a representação em si; foi o barulho que se fez sentir na plateia. Devo dizer que me sinto envergonhada por ter estado presente e ter assistido ao que se passou. Rádios ligados, música, assobios, telemóveis, lasers… tudo coisas que não deveriam estar presentes num teatro, mas que, neste caso, estiveram e na minha opinião “roubaram” as atenções da peça.
Em relação à peça em si e ao desempenho dos actores, penso que estiveram muito bem, dada a situação. Não consigo compreender como não interromperam a peça a meio, mas como se costuma dizer “the show must go on” ( o espectáculo deve continuar), independentemente das confusões.
Acho que todos os actores conseguiram captar e demonstrar o sentimento do texto. Gostei do facto de terem seguido o texto original, porque, para quem o tinha lido a priori, a representação foi de muito mais fácil compreensão. No entanto, penso que um dos aspectos negativos foi a má acústica, devido à falta de microfones, falta esta que se fez notar no caso das personagens, Maria e D. Madalena, devido ao seu baixo timbre vocal.
Gostava também de falar da actriz que interpretou Maria de Noronha, porque no último acto, quando esta apareceu no meio da plateia, manteve-se calma, mesmo tendo muita gente a gritar e a apontar-lhe telemóveis.
Foi este terceiro e último acto aquele de que eu mais gostei, devido à intensidade da representação de Maria, D. Madalena e Manuel de Sousa Coutinho. É por isso que acho que a representação num todo esteve à altura do texto, ao contrário do público, que não esteve à altura da peça.
Por isso, apenas posso dizer que gostei bastante da peça e da representação individual de Maria e de Manuel. Quero também pedir desculpa em nome de todos os meus colegas pelo seu comportamento e dizer que recomendo esta peça a quem a quiser ver.
Catarina Casella B. Teixeira , 11º B, nº 3
Neste texto de apreciação, pretendo fazer uma crítica à peça de teatro “Frei Luís de Sousa” que fomos ver no dia 27 de Janeiro.
Afirmar que a vimos e que a conseguimos compreender na totalidade é, muito sinceramente, mentir. Não foi a dificuldade do texto, nem a acústica, nem a representação em si; foi o barulho que se fez sentir na plateia. Devo dizer que me sinto envergonhada por ter estado presente e ter assistido ao que se passou. Rádios ligados, música, assobios, telemóveis, lasers… tudo coisas que não deveriam estar presentes num teatro, mas que, neste caso, estiveram e na minha opinião “roubaram” as atenções da peça.
Em relação à peça em si e ao desempenho dos actores, penso que estiveram muito bem, dada a situação. Não consigo compreender como não interromperam a peça a meio, mas como se costuma dizer “the show must go on” ( o espectáculo deve continuar), independentemente das confusões.
Acho que todos os actores conseguiram captar e demonstrar o sentimento do texto. Gostei do facto de terem seguido o texto original, porque, para quem o tinha lido a priori, a representação foi de muito mais fácil compreensão. No entanto, penso que um dos aspectos negativos foi a má acústica, devido à falta de microfones, falta esta que se fez notar no caso das personagens, Maria e D. Madalena, devido ao seu baixo timbre vocal.
Gostava também de falar da actriz que interpretou Maria de Noronha, porque no último acto, quando esta apareceu no meio da plateia, manteve-se calma, mesmo tendo muita gente a gritar e a apontar-lhe telemóveis.
Foi este terceiro e último acto aquele de que eu mais gostei, devido à intensidade da representação de Maria, D. Madalena e Manuel de Sousa Coutinho. É por isso que acho que a representação num todo esteve à altura do texto, ao contrário do público, que não esteve à altura da peça.
Por isso, apenas posso dizer que gostei bastante da peça e da representação individual de Maria e de Manuel. Quero também pedir desculpa em nome de todos os meus colegas pelo seu comportamento e dizer que recomendo esta peça a quem a quiser ver.
Catarina Casella B. Teixeira , 11º B, nº 3
domingo, 7 de março de 2010
Expectativas defraudadas
A adaptação de “Frei Luís de Sousa” pela companhia “Actus” à qual assistiram as turmas do 11º ano da Escola Secundária/3 Garcia de Orta, no passado dia 27 de Janeiro, revelou-se verdadeiramente incipiente.
A representação esteve aquém das expectativas, tanto a nível da projecção da voz por parte dos actores, como ao nível da sua representação, sendo o cenário e a caracterização das personagens factores igualmente causadores da desilusão criada nos espectadores.
Centremo-nos primeiramente nos actos e na falta de capacidade dos actores em transmitir aos espectadores os sentimentos revelados pelas personagens do texto original. D. Madalena de Vilhena foi a personagem pior interpretada por causa do tom monocórdico e por vezes inaudível utilizado pela actriz que a encarnou. Na cena em que Manuel de Sousa Coutinho incendeia a sua própria casa, esta Madalena revela-se muito passiva, não correspondendo ao terror que a verdadeira Madalena denuncia, ao perceber que terá de se confrontar com o seu passado no palácio do seu primeiro marido para onde se deslocarão, um espaço fechado e soturno que contribuirá para a agudização dos seus terrores.
Para além disso, o cenário apresentado revelava falhas cruciais para a percepção do desenlace final. Os únicos adereços que permitiam ao espectador perceber que a cena tinha deixado de decorrer na casa de Manuel de Sousa Coutinho e passado a centrar-se no palácio de D. João de Portugal eram as três imagens colocadas como pano de fundo. Sendo o cenário um elemento extensiva e pormenorizadamente descrito na obra original, que permite fazer a transição de um local aberto, claro e onde não existiam grandes preocupações, para um local que já tivemos oportunidade de descrever como fechado, obscuro e que deixa a expectativa da ocorrência de uma catástrofe.
Em suma, uma ida ao teatro que era esperada com grande entusiasmo revelou-se uma desilusão, deixando a maioria dos alunos sem vontade de repetir a experiência, pelo menos num futuro próximo.
Mariana Branco nº18 11ºD
Marta Xavier nº20 11ºD
Pedro Leite nº21 11ºD
A representação esteve aquém das expectativas, tanto a nível da projecção da voz por parte dos actores, como ao nível da sua representação, sendo o cenário e a caracterização das personagens factores igualmente causadores da desilusão criada nos espectadores.
Centremo-nos primeiramente nos actos e na falta de capacidade dos actores em transmitir aos espectadores os sentimentos revelados pelas personagens do texto original. D. Madalena de Vilhena foi a personagem pior interpretada por causa do tom monocórdico e por vezes inaudível utilizado pela actriz que a encarnou. Na cena em que Manuel de Sousa Coutinho incendeia a sua própria casa, esta Madalena revela-se muito passiva, não correspondendo ao terror que a verdadeira Madalena denuncia, ao perceber que terá de se confrontar com o seu passado no palácio do seu primeiro marido para onde se deslocarão, um espaço fechado e soturno que contribuirá para a agudização dos seus terrores.
Para além disso, o cenário apresentado revelava falhas cruciais para a percepção do desenlace final. Os únicos adereços que permitiam ao espectador perceber que a cena tinha deixado de decorrer na casa de Manuel de Sousa Coutinho e passado a centrar-se no palácio de D. João de Portugal eram as três imagens colocadas como pano de fundo. Sendo o cenário um elemento extensiva e pormenorizadamente descrito na obra original, que permite fazer a transição de um local aberto, claro e onde não existiam grandes preocupações, para um local que já tivemos oportunidade de descrever como fechado, obscuro e que deixa a expectativa da ocorrência de uma catástrofe.
Em suma, uma ida ao teatro que era esperada com grande entusiasmo revelou-se uma desilusão, deixando a maioria dos alunos sem vontade de repetir a experiência, pelo menos num futuro próximo.
Mariana Branco nº18 11ºD
Marta Xavier nº20 11ºD
Pedro Leite nº21 11ºD
A representação do "Frei Luís de Sousa" no Sá da Bandeira
Frei Luís de Sousa é uma das obras que mais marcou o Romantismo do século XIX em Portugal. A peça redigida por Almeida Garrett e representada pela primeira vez em 1843 foi alvo de numerosos louvores até à actualidade. No mês de Janeiro de 2010, o Teatro Sá da Bandeira, no Porto, enquadrou nos seus espectáculos esta dramatização, dirigindo-a aos mais jovens. Contudo, a intenção de exaltar este mestre das letras, que foi Garrett, não foi bem conseguida.
Assim, podemos começar por abordar os cenários onde toda a acção dramática se desenrola. Baseados na obra original, verificamos o quão incompletos se mostraram. Ainda que a presença de velas e do vasto pano escarlate de fundo no palco intensificassem o clima de tragédia na história, não foi realmente feita nenhuma modificação notória de espaço físico ao longo dos três actos. O espectador não encontrou inicialmente a sala ampla, luminosa e ricamente decorada do palácicio de Manuel de Sousa Coutinho que o fizesse crer numa felicidade aparente das personagens. Não apareceu, no segundo acto, o salão mais sombrio da residência de D. João nem, mais tarde, indícios da capela da Senhora da Piedade, onde Madalena e o marido se separariam em entrega a Deus. Os cenários não se revelaram, como era suposto, fiéis às indicações da obra.
É também de salientar a falta de profissionalismo e a má escolha dos actores na passada sessão de teatro. As figuras de Madalena e Maria sofreram as piores representações, pois foram interpretadas por actrizes com pouca naturalidade que criavam gestos demasiado afectados e excessivamente teatrais. O tom de voz era tão baixo que não chegava ao auditório.
Por fim, torna-se necessário ter em conta os adornos que acompanhavam as personagens. Poderiam ter sido mais dignos de uma casa de teatro de tal prestígio. Tomando como exemplo um dos vestidos usados por D. Madalena, rapidamente apontamos a sua miserável execução.
Em suma, a representação teatral deverá ser melhorada. Os seus concretizadores que vejam a grandiosidade de Frei Luís de Sousa e, então, procurem compensar a obra-prima com trabalho de maior esplendor.
Maria do Carmo Ayres Pereira 11º J
segunda-feira, 1 de março de 2010
ACTUS PESSIMUS
Cerca de dois séculos separam a primeira representação da peça “Frei Luís de Sousa” da mais recente adaptação assistida pelos alunos do 11º ano no passado dia 27 pela Companhia ACTUS. Desinteresse, desconsolação e desmotivação varreram a sala desde o início…
Uma vez que é o cenário que dá a primeira impressão ao espectador da adaptação, a sua fraca qualidade desde logo nos deixou decepcionados, visto que este merecia mais cuidado na recriação ao constituir um importante elo de ligação entre o espaço físico do texto e o desenrolar da acção.
Quanto ao elenco, alguns actores revelaram incapacidade em captar a atenção do público, como a actriz que encarnou Maria, cuja má colocação de voz nos permitiu avaliá-la como uma das piores interpretações, sendo seguida pela que recriou Madalena, que excedeu o nível de dramatismo da personagem, fazendo a boa recriação de Telmo esquecer o problema de fala do actor responsável por esta personagem.
Por contraste, a interpretação de Manuel de Sousa Coutinho destacou-se pela positiva, sendo a nossa opinião unânime quanto à excelente actuação do actor. Não esquecemos também de referir o desempenho mediano dos actores que desempenharam o Romeiro e Frei Jorge.
Para concluir, o espectáculo não alcançou as nossas expectativas, uma vez que uma obra de tamanha importância na dramaturgia portuguesa deveria merecer mais respeito por parte das companhias que o levam à cena perante públicos estudantis.
Luísa Barros
Francisco Vieira
Tomás Andrade
11ºE
Uma vez que é o cenário que dá a primeira impressão ao espectador da adaptação, a sua fraca qualidade desde logo nos deixou decepcionados, visto que este merecia mais cuidado na recriação ao constituir um importante elo de ligação entre o espaço físico do texto e o desenrolar da acção.
Quanto ao elenco, alguns actores revelaram incapacidade em captar a atenção do público, como a actriz que encarnou Maria, cuja má colocação de voz nos permitiu avaliá-la como uma das piores interpretações, sendo seguida pela que recriou Madalena, que excedeu o nível de dramatismo da personagem, fazendo a boa recriação de Telmo esquecer o problema de fala do actor responsável por esta personagem.
Por contraste, a interpretação de Manuel de Sousa Coutinho destacou-se pela positiva, sendo a nossa opinião unânime quanto à excelente actuação do actor. Não esquecemos também de referir o desempenho mediano dos actores que desempenharam o Romeiro e Frei Jorge.
Para concluir, o espectáculo não alcançou as nossas expectativas, uma vez que uma obra de tamanha importância na dramaturgia portuguesa deveria merecer mais respeito por parte das companhias que o levam à cena perante públicos estudantis.
Luísa Barros
Francisco Vieira
Tomás Andrade
11ºE
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Drama sem dramatismo
A adaptação da peça Frei Luís de Sousa pela Companhia de teatro Actus a que os alunos de 11º ano da ESGO assistiram no passado dia 27 de Janeiro terá agradado verdadeiramente?
Na nossa opinião, predominaram os aspectos negativos, levando à má percepção do texto originalmente criada por Almeida Garrett.
Um dos aspectos falhados nesta adaptação foi a representação e caracterização das personagens pelos actores. Isto é, faltou-lhes emoção e criatividade na interpretação das personagens, como por exemplo, na recriação da personagem Madalena, cuja actriz manteve durante a totalidade do espectáculo um tom de voz monocórdico. A falta de emoção evidenciada pelo actor que encarnou Telmo, no momento em que reconheceu o seu amo, reagindo com indiferença e não com a devida surpresa, foi também uma desilusão. Também o exagero na caracterização por parte do actor que desempenhou o papel de Romeiro eliminou o suspense do texto original.
A nosso ver, o único actor que desempenhou minimamente bem o seu papel foi o que encarnou Manuel de Sousa Coutinho, visto que a sua movimentação em palco e a expressividade dada aos diálogos conseguiram traduzir as características da personagem.
Para além disso, não houve grande distinção em termos de cenário entre as diferentes partes do espectáculo (ao contrário do que estava descrito nas didascálias no início de cada acto da peça garrettiana), o que fez com que o afunilamento espacial que contribui para o adensamento da atmosfera trágica da peça não se tornasse evidente.
Concluimos com a referência ao péssimo ambiente criado pelo público, o qual prejudicou o desempenho dos actores, contribuindo, deste modo, para acentuar a falta de qualidade desta adaptação.
Trabalho realizado por:
Matilde Ribeiro, nº 25
Francisco Van Zeller
Ana Rita Mirra
11ºE
Na nossa opinião, predominaram os aspectos negativos, levando à má percepção do texto originalmente criada por Almeida Garrett.
Um dos aspectos falhados nesta adaptação foi a representação e caracterização das personagens pelos actores. Isto é, faltou-lhes emoção e criatividade na interpretação das personagens, como por exemplo, na recriação da personagem Madalena, cuja actriz manteve durante a totalidade do espectáculo um tom de voz monocórdico. A falta de emoção evidenciada pelo actor que encarnou Telmo, no momento em que reconheceu o seu amo, reagindo com indiferença e não com a devida surpresa, foi também uma desilusão. Também o exagero na caracterização por parte do actor que desempenhou o papel de Romeiro eliminou o suspense do texto original.
A nosso ver, o único actor que desempenhou minimamente bem o seu papel foi o que encarnou Manuel de Sousa Coutinho, visto que a sua movimentação em palco e a expressividade dada aos diálogos conseguiram traduzir as características da personagem.
Para além disso, não houve grande distinção em termos de cenário entre as diferentes partes do espectáculo (ao contrário do que estava descrito nas didascálias no início de cada acto da peça garrettiana), o que fez com que o afunilamento espacial que contribui para o adensamento da atmosfera trágica da peça não se tornasse evidente.
Concluimos com a referência ao péssimo ambiente criado pelo público, o qual prejudicou o desempenho dos actores, contribuindo, deste modo, para acentuar a falta de qualidade desta adaptação.
Trabalho realizado por:
Matilde Ribeiro, nº 25
Francisco Van Zeller
Ana Rita Mirra
11ºE
Actus Tragicus
Presenciámos, no passado dia 27, uma adaptação de uma das peças mais importantes da dramaturgia portuguesa, “Frei Luís de Sousa”, pela Companhia “Actus”. Será que o “Actus” conseguiu captar a essência dos “actos” das personagens garrettianas?
Ao invés das ricas descrições dadas por Almeida Garrett relativamente aos espaços físicos do texto, os cenários apresentados demonstraram-se fracos a nível de preenchimento de palco, pobres em adereços e com um fundo pouco chamativo, uma vez que uma tela daria mais “vida” ao palco.
Tal como o cenário, os actores não fizeram jus à grandiosa peça de Garrett. Os sentimentos e as emoções transmitidas ficaram aquém do esperado. Particularizando, o actor que mais se destacou pela negativa foi o que deveria ter recriado com a alma necessária a personagem de Madalena de Vilhena, que se limitou a reproduzir o texto de forma inexpressiva.
O que representou Telmo Pais fê-lo de forma neutra e com reduzida expressividade nos momentos mais trágicos, nomeadamente, no da identificação do Romeiro. Frei Jorge foi também pouco convincente em algumas situações, demonstrando-se uma “personagem inanimada”. O Romeiro revelou-se um pouco esquisito, aparecendo sempre de cara tapada.
Os actores que corresponderam ao que era esperado foram os que encarnaram Manuel de Sousa Coutinho e Maria, ao revelarem emotividade na sua representação. Contudo, Maria teve alguns problemas na colocação de voz e poderia ter demonstrado mais dramatismo na interpretação final da sua morte.
De modo a justificar algumas falhas na recriação das personagens durante o espectáculo, podemos referir o comportamento da plateia. Os alunos do 11º ano revelaram grande falta de maturidade, bem como de respeito e educação perante os actores, ao falarem durante toda a peça; utilizarem lasers; ouvirem rádio; e, finalmente, chegarem ao extremo de fumar no recinto onde decorria o espectáculo.
Concluindo, a adaptação de “Frei Luís de Sousa” permitiu compreender a peça, mas não da melhor forma…
Ana Rita Pacheco nº 5 11ºE
Gonçalo Pereira nº 12 11ºE
Sara Oliveira nº22 11ºE
Ao invés das ricas descrições dadas por Almeida Garrett relativamente aos espaços físicos do texto, os cenários apresentados demonstraram-se fracos a nível de preenchimento de palco, pobres em adereços e com um fundo pouco chamativo, uma vez que uma tela daria mais “vida” ao palco.
Tal como o cenário, os actores não fizeram jus à grandiosa peça de Garrett. Os sentimentos e as emoções transmitidas ficaram aquém do esperado. Particularizando, o actor que mais se destacou pela negativa foi o que deveria ter recriado com a alma necessária a personagem de Madalena de Vilhena, que se limitou a reproduzir o texto de forma inexpressiva.
O que representou Telmo Pais fê-lo de forma neutra e com reduzida expressividade nos momentos mais trágicos, nomeadamente, no da identificação do Romeiro. Frei Jorge foi também pouco convincente em algumas situações, demonstrando-se uma “personagem inanimada”. O Romeiro revelou-se um pouco esquisito, aparecendo sempre de cara tapada.
Os actores que corresponderam ao que era esperado foram os que encarnaram Manuel de Sousa Coutinho e Maria, ao revelarem emotividade na sua representação. Contudo, Maria teve alguns problemas na colocação de voz e poderia ter demonstrado mais dramatismo na interpretação final da sua morte.
De modo a justificar algumas falhas na recriação das personagens durante o espectáculo, podemos referir o comportamento da plateia. Os alunos do 11º ano revelaram grande falta de maturidade, bem como de respeito e educação perante os actores, ao falarem durante toda a peça; utilizarem lasers; ouvirem rádio; e, finalmente, chegarem ao extremo de fumar no recinto onde decorria o espectáculo.
Concluindo, a adaptação de “Frei Luís de Sousa” permitiu compreender a peça, mas não da melhor forma…
Ana Rita Pacheco nº 5 11ºE
Gonçalo Pereira nº 12 11ºE
Sara Oliveira nº22 11ºE
(In) Adaptação
No passado dia 27 de Janeiro, os alunos da Escola Secundária Garcia de Orta tiveram a possibilidade de assistir a uma adaptação de “Frei Luís de Sousa” de Almeida Garrett, no teatro Sá da Bandeira no Porto, pela companhia Actus, a qual, infelizmente, se revelou bastante insatisfatória.
A opinião geral é que o espectáculo teve diversos aspectos negativos que o tornaram reprovável. Após a leitura da obra garrettiana e o visionamento da adaptação teatral feita pela referida Companhia conclui-se que a expressividade, nesta última, não atingiu as expectativas. Os actores que encarnaram as personagens Maria, Telmo e Madalena não foram além de uma medíocre interpretação que fica aquém da rica caracterização das personagens que se depreende do texto original.
Do mesmo ponto de vista, o cenário não foi capaz de igualar a riqueza descrita na peça de Almeida Garrett, sendo muito limitado na reprodução dos espaços físicos onde se desenrola a acção.
Assim, na primeira parte do espectáculo, o cenário resumia-se a uma cadeira, uma mesa e ao retrato de Manuel de Sousa Coutinho, por oposição ao magnífico e luxuoso palácio de Almada descrito no primeiro acto da obra. Esta pobreza da encenação repetiu-se na passagem para o segundo acto, onde a sobriedade do ambiente não era bem retratada, sendo este apenas constituído por duas cadeiras e três retratos (de D. João de Portugal, Luís Vaz de Camões e D. Sebastião), estando, ainda assim, estes mal ordenados de acordo com o texto original. No último acto, verifica-se a mesma escassez de adereços, não conseguindo o cenário traduzir o fechamento espacial associado ao desenlace fatal.
Em última instância está a deficiência ao nível da sonoplastia, aliada à má colocação da voz dos actores. Deste modo, a actriz que desempenhou o papel de Madalena não conseguiu fazer a sua voz ser ouvida para além das primeiras filas do teatro, agravado pelo facto de o técnico de som não ter conseguido adaptar a música à representação.
Em suma, tratou-se de uma experiência que, num primeiro momento, seria enriquecedora, mas que se revelou fracassada, dado que a Companhia foi incapaz de corresponder às expectativas dos alunos, criadas com a leitura prévia do magnífico drama garrettiano.
11ºC:
Carlos Matias
Filipe Cardoso
Daniel Gavina
Joana Machado
A opinião geral é que o espectáculo teve diversos aspectos negativos que o tornaram reprovável. Após a leitura da obra garrettiana e o visionamento da adaptação teatral feita pela referida Companhia conclui-se que a expressividade, nesta última, não atingiu as expectativas. Os actores que encarnaram as personagens Maria, Telmo e Madalena não foram além de uma medíocre interpretação que fica aquém da rica caracterização das personagens que se depreende do texto original.
Do mesmo ponto de vista, o cenário não foi capaz de igualar a riqueza descrita na peça de Almeida Garrett, sendo muito limitado na reprodução dos espaços físicos onde se desenrola a acção.
Assim, na primeira parte do espectáculo, o cenário resumia-se a uma cadeira, uma mesa e ao retrato de Manuel de Sousa Coutinho, por oposição ao magnífico e luxuoso palácio de Almada descrito no primeiro acto da obra. Esta pobreza da encenação repetiu-se na passagem para o segundo acto, onde a sobriedade do ambiente não era bem retratada, sendo este apenas constituído por duas cadeiras e três retratos (de D. João de Portugal, Luís Vaz de Camões e D. Sebastião), estando, ainda assim, estes mal ordenados de acordo com o texto original. No último acto, verifica-se a mesma escassez de adereços, não conseguindo o cenário traduzir o fechamento espacial associado ao desenlace fatal.
Em última instância está a deficiência ao nível da sonoplastia, aliada à má colocação da voz dos actores. Deste modo, a actriz que desempenhou o papel de Madalena não conseguiu fazer a sua voz ser ouvida para além das primeiras filas do teatro, agravado pelo facto de o técnico de som não ter conseguido adaptar a música à representação.
Em suma, tratou-se de uma experiência que, num primeiro momento, seria enriquecedora, mas que se revelou fracassada, dado que a Companhia foi incapaz de corresponder às expectativas dos alunos, criadas com a leitura prévia do magnífico drama garrettiano.
11ºC:
Carlos Matias
Filipe Cardoso
Daniel Gavina
Joana Machado
Teatro sem dramatismo
No dia 27 de Janeiro, os alunos do 11º ano da Escola Garcia de Orta deslocaram-se ao Teatro Sá da Bandeira para assistirem a uma infeliz adaptação da peça Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, por parte da companhia ACTUS.
Lamentavelmente, as expectativas não foram cumpridas. Vários foram os factores que provocaram o desagrado do auditório, entre os quais a falta de expressividade de alguns actores, assim como a má colocação de voz; e ainda, a falta de qualidade dos cenários.
A fraca expressividade de Telmo e Madalena tornou as suas cenas monótonas e o tom de voz baixo provocou o desinteresse do público, levando-o a agir de forma inapropriada. Felizmente, o actor que interpretou a personagem Manuel de Sousa Coutinho revelou profissionalismo e qualidade na sua representação.
Os cenários foram outra desilusão: eram pobres, constituídos por escassos adereços. No entanto, os efeitos técnicos utilizados para colocar em cena o incêndio do primeiro palácio do texto garrettiano foram bem conseguidos.
Mesmo assim, consideramos que a falta de qualidade da representação por parte de alguns actores poderá ter sido influenciada pela falta de civismo da plateia, referida anteriormente, como o ruído e o uso de lasers que incidiram constantemente naqueles.
Em suma, a adaptação a que se assistiu foi para nós, em geral, uma perda de tempo e dinheiro.
11º C
José Miguel
Marta Regina
Nádia Ferreira
Pedro Félix
Sofia Magalhães
Lamentavelmente, as expectativas não foram cumpridas. Vários foram os factores que provocaram o desagrado do auditório, entre os quais a falta de expressividade de alguns actores, assim como a má colocação de voz; e ainda, a falta de qualidade dos cenários.
A fraca expressividade de Telmo e Madalena tornou as suas cenas monótonas e o tom de voz baixo provocou o desinteresse do público, levando-o a agir de forma inapropriada. Felizmente, o actor que interpretou a personagem Manuel de Sousa Coutinho revelou profissionalismo e qualidade na sua representação.
Os cenários foram outra desilusão: eram pobres, constituídos por escassos adereços. No entanto, os efeitos técnicos utilizados para colocar em cena o incêndio do primeiro palácio do texto garrettiano foram bem conseguidos.
Mesmo assim, consideramos que a falta de qualidade da representação por parte de alguns actores poderá ter sido influenciada pela falta de civismo da plateia, referida anteriormente, como o ruído e o uso de lasers que incidiram constantemente naqueles.
Em suma, a adaptação a que se assistiu foi para nós, em geral, uma perda de tempo e dinheiro.
11º C
José Miguel
Marta Regina
Nádia Ferreira
Pedro Félix
Sofia Magalhães
Assassínio literário
Sendo “Frei Luís de Sousa” a obra-prima dramática de Almeida Garrett, eram grandes as expectativas relativamente à adaptação realizada pela Companhia Actus, levada à cena no Teatro Sá da Bandeira, no dia 27 de Janeiro, a qual, contudo, deixou muito a desejar…
Infelizmente, o que prometia ser uma encenação fiel ao dramatismo do texto original tornou-se numa desilusão devido a alguns aspectos negativos que se fizeram sentir desde o início: do cenário pobre à péssima representação dos actores, supostamente profissionais, passando pelos cortes de cenas cruciais para a apreensão da tragicidade da história da família.
Relativamente ao cenário, este comprometeu a obra de Garrett, visto que, na mesma, os espaços físicos são descritos pormenorizadamente, relacionando-se com os sentimentos vivenciados pelas personagens em cada acto, com a localização histórico--social da acção e, ainda, com o modo como evoluem os acontecimentos. Neste espectáculo, aquele não passou de insignificantes adereços...
Quanto à representação dos actores, muito tem que se lhes apontar. Na verdade, além da inexpressividade e da má dicção, igualmente, a caracterização não foi a melhor: o guarda-roupa era pobre e havia uma falta de correspondência etária significativa entre os actores e as personagens que encarnavam.
Além disso, a actriz responsável por Madalena era demasiado monocórdica, inexpressiva, não tendo estado à altura de traduzir toda a carga emocionalmente romântica da personagem.
No que respeita a má representação de cenas cruciais, consideramos como exemplo o momento em que Telmo descobre a verdadeira identidade do Romeiro, em que não foi traduzida a emotividade pretendida por Garrett.
Por último, o texto original sofreu alterações fulcrais para o entendimento completo da peça, nomeadamente, a cena da súplica de Telmo a Deus, no acto III.
Em suma, o espectáculo revelou-se desinteressante, entediante, um verdadeiro desastre!
11ºC
Ana Cordeiro, nº1
Cláudia Seabra, nº5
João Trindade, nº15José Maria Carvalho, nº16
Infelizmente, o que prometia ser uma encenação fiel ao dramatismo do texto original tornou-se numa desilusão devido a alguns aspectos negativos que se fizeram sentir desde o início: do cenário pobre à péssima representação dos actores, supostamente profissionais, passando pelos cortes de cenas cruciais para a apreensão da tragicidade da história da família.
Relativamente ao cenário, este comprometeu a obra de Garrett, visto que, na mesma, os espaços físicos são descritos pormenorizadamente, relacionando-se com os sentimentos vivenciados pelas personagens em cada acto, com a localização histórico--social da acção e, ainda, com o modo como evoluem os acontecimentos. Neste espectáculo, aquele não passou de insignificantes adereços...
Quanto à representação dos actores, muito tem que se lhes apontar. Na verdade, além da inexpressividade e da má dicção, igualmente, a caracterização não foi a melhor: o guarda-roupa era pobre e havia uma falta de correspondência etária significativa entre os actores e as personagens que encarnavam.
Além disso, a actriz responsável por Madalena era demasiado monocórdica, inexpressiva, não tendo estado à altura de traduzir toda a carga emocionalmente romântica da personagem.
No que respeita a má representação de cenas cruciais, consideramos como exemplo o momento em que Telmo descobre a verdadeira identidade do Romeiro, em que não foi traduzida a emotividade pretendida por Garrett.
Por último, o texto original sofreu alterações fulcrais para o entendimento completo da peça, nomeadamente, a cena da súplica de Telmo a Deus, no acto III.
Em suma, o espectáculo revelou-se desinteressante, entediante, um verdadeiro desastre!
11ºC
Ana Cordeiro, nº1
Cláudia Seabra, nº5
João Trindade, nº15José Maria Carvalho, nº16
Drama ou Tragédia?
Na passada quarta-feira, dia 27 de Janeiro, os alunos do 11ºano da ESGO, bem como estudantes de outras escolas, foram ao Teatro Sá da Bandeira, no âmbito da disciplina de Português, assistir à desastrosa adaptação de “Frei Luís de Sousa” pela Companhia Actus. Tratou-se de um momento de alienação dos jovens face ao teatro? Quase de certeza!
Adjectivos como pobre, vulgar e fraco são alguns dos que melhor caracterizam, na nossa opinião, esta tentativa de pedagogia e de actividade que motivasse os alunos para o teatro enquanto conteúdo programático e cultural.
Desta forma, este espectáculo, caracterizado por um cenário, um guarda-roupa e uma representação pouco expressivos, não conseguiu alcançar as nossas expectativas.
Quanto ao cenário, constituído por duas míseras cadeiras, uma mesa e “quadros” de impressão duvidosa, bem como por dois paus que se pretendia que representassem uma cruz, pode afirmar-se que não contribuiu para a contextualização histórico-espacial da peça. Além disto, o vestuário, pouco rico e degradado, mostrou-se insuficiente para fazer jus à caracterização epocal das personagens garrettianas.
A movimentação em palco dos actores, a má qualidade do som, a possibilidade de se ouvir o ponto e a reprodução monocórdica de diálogos tornaram a representação desastrosa. Sentimento? Zero! Expressividade? Só quando “Madalena” tossiu!
Em suma, a peça, apesar de fiel ao texto, não passou de uma leitura do mesmo, o que constituiu um desperdício de tempo, dinheiro e combustíveis fósseis…
28 de Janeiro de 2010,
11ºC
Diogo Aires
Francisco Gonçalves
Inês Almeida
Raquel Monteiro
Adjectivos como pobre, vulgar e fraco são alguns dos que melhor caracterizam, na nossa opinião, esta tentativa de pedagogia e de actividade que motivasse os alunos para o teatro enquanto conteúdo programático e cultural.
Desta forma, este espectáculo, caracterizado por um cenário, um guarda-roupa e uma representação pouco expressivos, não conseguiu alcançar as nossas expectativas.
Quanto ao cenário, constituído por duas míseras cadeiras, uma mesa e “quadros” de impressão duvidosa, bem como por dois paus que se pretendia que representassem uma cruz, pode afirmar-se que não contribuiu para a contextualização histórico-espacial da peça. Além disto, o vestuário, pouco rico e degradado, mostrou-se insuficiente para fazer jus à caracterização epocal das personagens garrettianas.
A movimentação em palco dos actores, a má qualidade do som, a possibilidade de se ouvir o ponto e a reprodução monocórdica de diálogos tornaram a representação desastrosa. Sentimento? Zero! Expressividade? Só quando “Madalena” tossiu!
Em suma, a peça, apesar de fiel ao texto, não passou de uma leitura do mesmo, o que constituiu um desperdício de tempo, dinheiro e combustíveis fósseis…
28 de Janeiro de 2010,
11ºC
Diogo Aires
Francisco Gonçalves
Inês Almeida
Raquel Monteiro
Apresentação dramática de drama garrettiano
Uma das actividades mais aguardadas no âmbito da disciplina de Português revelou-se uma verdadeira decepção, pois todas as expectativas criadas em relação à adaptação teatral de “Frei Luís de Sousa” a fazer pela Companhia “Actus” ruíram no dia da sua apresentação pública.
Esta peça de Almeida Garrett foi utilizada pelo autor como arma política contra o governo de Costa Cabral, por esse motivo a sua estreia provocou controvérsia.
Controversa foi igualmente a adaptação feita pelo grupo Actus no dia 27 de Janeiro, uma vez que, mesmo seguindo os diálogos originais, os actores não conseguiram transmitir a emoção que o texto transpira do início ao fim.
Os factores que contribuíram para esta falta de emotividade foram vários, tais como a péssima projecção de voz das actrizes; a incompatibilidade entre as idades dos actores e a das personagens; o catarro da actriz que interpretou Madalena; a pobreza do cenário (uma vez que na obra original as actos passavam-se em palácios e igrejas); a cena da morte de Maria e, ainda, o facto de o Romeiro não mostrar nunca a cara.
Os dois últimos aspectos referidos foram os que mais nos marcaram pela negativa. De facto, relativamente à cena da morte de Maria, consideramos que, sendo esta uma das cenas mais emotivas de toda a peça, a interpretação feita pela actriz da Companhia em questão foi demasiado energética, não contemplando o facto de que a personagem estava doente e prestes a morrer, não sabendo, pois, transmitir a emoção esperada.
O facto de a cara do Romeiro não ter chegado a ser revelada foi, sem dúvida, um grande erro, dado que na obra original este aspecto era muito importante no seu reconhecimento como D. João de Portugal pelo seu fiel aio Telmo Pais.
No entanto, importa salientar que nem tudo correu mal: o actor que deu vida à personagem de Manuel de Sousa Coutinho fez uma excelente interpretação, bem como o seu colega que interpretou Telmo Pais.
Importa também referir que o comportamento do público foi vergonhoso, o que poderá ter condicionado o desempenho dos actores.
Ana Filipa Pinto, nº2
Inês Nogueira, nº14
José Pedro Barbosa, nº17
Rita Andrade, nº 20
Esta peça de Almeida Garrett foi utilizada pelo autor como arma política contra o governo de Costa Cabral, por esse motivo a sua estreia provocou controvérsia.
Controversa foi igualmente a adaptação feita pelo grupo Actus no dia 27 de Janeiro, uma vez que, mesmo seguindo os diálogos originais, os actores não conseguiram transmitir a emoção que o texto transpira do início ao fim.
Os factores que contribuíram para esta falta de emotividade foram vários, tais como a péssima projecção de voz das actrizes; a incompatibilidade entre as idades dos actores e a das personagens; o catarro da actriz que interpretou Madalena; a pobreza do cenário (uma vez que na obra original as actos passavam-se em palácios e igrejas); a cena da morte de Maria e, ainda, o facto de o Romeiro não mostrar nunca a cara.
Os dois últimos aspectos referidos foram os que mais nos marcaram pela negativa. De facto, relativamente à cena da morte de Maria, consideramos que, sendo esta uma das cenas mais emotivas de toda a peça, a interpretação feita pela actriz da Companhia em questão foi demasiado energética, não contemplando o facto de que a personagem estava doente e prestes a morrer, não sabendo, pois, transmitir a emoção esperada.
O facto de a cara do Romeiro não ter chegado a ser revelada foi, sem dúvida, um grande erro, dado que na obra original este aspecto era muito importante no seu reconhecimento como D. João de Portugal pelo seu fiel aio Telmo Pais.
No entanto, importa salientar que nem tudo correu mal: o actor que deu vida à personagem de Manuel de Sousa Coutinho fez uma excelente interpretação, bem como o seu colega que interpretou Telmo Pais.
Importa também referir que o comportamento do público foi vergonhoso, o que poderá ter condicionado o desempenho dos actores.
Ana Filipa Pinto, nº2
Inês Nogueira, nº14
José Pedro Barbosa, nº17
Rita Andrade, nº 20
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
(Des) ilusão teatral
No âmbito da disciplina de Português, os alunos do 11º ano da ESGO assistiram, no passado dia 27 de Janeiro, no Teatro Sá da Bandeira, à lamentável adaptação da peça “Frei Luís de Sousa” pela Companhia “Actus”.
Apesar de os actores em cena serem profissionais, assistiu--se a uma hedionda representação. De todos os aspectos negativos há a frisar a pouca emotividade transmitida à plateia pelos actores que, em conjunto com a fraca qualidade sonora, provocou um claro desinteresse geral por parte do auditório.
Em nosso entender, faltou claramente emoção nos momentos cruciais. Tomamos como exemplo a cena em que Telmo Pais identifica o Romeiro como D. João de Portugal, não conseguindo o actor que o encarnou passar para a plateia a tensão que essa identificação acarreta no evoluir da acção.
Para terminar, salientamos o paupérrimo cenário constituído por poucos adereços, não dando conta da rica caracterização dos espaços físicos do texto original, essencial para a compreensão da fábula trágica.
Enfim, o espectáculo revelou-se uma autêntica perda de tempo.
Porto, 8 de Fevereiro de 2010
Carlos Morais, nº 3
Catarina Matos, nº 4
Isabel Mariz, nº 12
Maria João Pais, nº 18
Apesar de os actores em cena serem profissionais, assistiu--se a uma hedionda representação. De todos os aspectos negativos há a frisar a pouca emotividade transmitida à plateia pelos actores que, em conjunto com a fraca qualidade sonora, provocou um claro desinteresse geral por parte do auditório.
Em nosso entender, faltou claramente emoção nos momentos cruciais. Tomamos como exemplo a cena em que Telmo Pais identifica o Romeiro como D. João de Portugal, não conseguindo o actor que o encarnou passar para a plateia a tensão que essa identificação acarreta no evoluir da acção.
Para terminar, salientamos o paupérrimo cenário constituído por poucos adereços, não dando conta da rica caracterização dos espaços físicos do texto original, essencial para a compreensão da fábula trágica.
Enfim, o espectáculo revelou-se uma autêntica perda de tempo.
Porto, 8 de Fevereiro de 2010
Carlos Morais, nº 3
Catarina Matos, nº 4
Isabel Mariz, nº 12
Maria João Pais, nº 18
Perspectivas (inter)culturais
Este é o blogue da partilha: de conhecimentos e pensamentos, de empenhos e desempenhos, nos caminhos por vezes sinuosos, mas sem dúvida enriquecedores, da Literatura e da Cultura Portuguesas...
Peça Morta
A expectativa era grande. Depois da leitura do texto original de Almeida Garrett, «Frei Luís de Sousa», antecipava-se uma adaptação emotiva e dramática tal como o autor pretendia. Mas assim não aconteceu! O que falhou então?
No passado dia 27, várias turmas de 11ºano de diversas escolas assistiram a uma adaptação, pela companhia «Actus», da obra em questão, posta em cena no Teatro Sá da Bandeira.
A sequência de abertura prometia: uma síntese da história apresentada de modo bastante original, causando suspense sobre o que estaria para vir. Assim, desfilaram inicialmente pelo palco várias recriações das personagens do texto garrettiano, com uma expressão soturna no rosto ao som de uma música adequada ao dramatismo que caracteriza a peça. À luz de velas acesas à boca da cena, por detrás de todos os elementos que participariam na representação, passava o Romeiro, antecipando a tragédia final.
Mas à expectativa criada no público apenas correspondeu a personagem de Manuel Sousa Coutinho. Só o actor que a encarnou conseguiu, de facto, traduzir o espírito da tragédia que recaiu sobre a sua família praticamente desde o início.
Pelo contrário, a actriz que corporizou Madalena evidenciou-se pela negativa, com uma interpretação fraca, sem sentimentos. Infelizmente “Madalena” não foi a única desilusão. “Maria” também ficou aquém das expectativas, demonstrando falta de experiência em palco que culminou numa morte pouco convincente.
Embora o comportamento do público não tenha ajudado ao sucesso da actuação, é difícil determinar com exactidão o que falhou, recomendando nós mais entrega por parte dos actores numa próxima exibição.
11ºE
Beatriz Macedo, nº7
Bernardo Silva, nº8
João Monteiro, nº15
No passado dia 27, várias turmas de 11ºano de diversas escolas assistiram a uma adaptação, pela companhia «Actus», da obra em questão, posta em cena no Teatro Sá da Bandeira.
A sequência de abertura prometia: uma síntese da história apresentada de modo bastante original, causando suspense sobre o que estaria para vir. Assim, desfilaram inicialmente pelo palco várias recriações das personagens do texto garrettiano, com uma expressão soturna no rosto ao som de uma música adequada ao dramatismo que caracteriza a peça. À luz de velas acesas à boca da cena, por detrás de todos os elementos que participariam na representação, passava o Romeiro, antecipando a tragédia final.
Mas à expectativa criada no público apenas correspondeu a personagem de Manuel Sousa Coutinho. Só o actor que a encarnou conseguiu, de facto, traduzir o espírito da tragédia que recaiu sobre a sua família praticamente desde o início.
Pelo contrário, a actriz que corporizou Madalena evidenciou-se pela negativa, com uma interpretação fraca, sem sentimentos. Infelizmente “Madalena” não foi a única desilusão. “Maria” também ficou aquém das expectativas, demonstrando falta de experiência em palco que culminou numa morte pouco convincente.
Embora o comportamento do público não tenha ajudado ao sucesso da actuação, é difícil determinar com exactidão o que falhou, recomendando nós mais entrega por parte dos actores numa próxima exibição.
11ºE
Beatriz Macedo, nº7
Bernardo Silva, nº8
João Monteiro, nº15
Frei Luís de Desilusão
A adaptação de “Frei Luís de Sousa” pela companhia ACTUS no TSB no passado dia 27 de Janeiro revelou-se abaixo das expectativas dos alunos do 11º ano do Garcia de Orta.
De modo evidente, observou-se por parte dos actores uma fraca capacidade em exprimir a emotividade nas várias situações postas em palco e a incapacidade de dar conta da proximidade das relações que Garrett pretendia transmitir, referindo como exemplo as últimas cenas da peça, mais concretamente a da cerimónia de conversão de Madalena e Manuel, em que o actor que encarnou o Arcebispo revelava um ritmo intermitente enquanto pronunciava as suas deixas.
Prosseguindo para a projecção de voz, os actores revelaram ineficiência na capacidade de serem ouvidos pelo público. De facto, os alunos encontraram dificuldades em ouvir alguns actores, como as que interpretaram Maria e Madalena, sobretudo quando era preciso que se virassem de costas para o auditório, em que pouco era o que se entendia dos seus discursos.
Sendo uma companhia de teatro que actua para públicos juvenis, os artistas já teriam que saber que a plateia não seria propriamente fácil, mas também a disposição dos microfones não ajudou. Por exemplo, durante o espectáculo, a personagem mais difícil de ouvir, e uma das mais importantes, Maria, foi posta em cena por uma actriz que não conseguiu projectar a sua voz, tornando bastante difícil a compreensão das suas falas.
Para agravar este problema, o cenário era tudo menos interessante, já que não remetia para a época, não tornado evidente o espaço elegante e luxuoso em que decorre o primeiro acto, no texto garrettiano. Este era, assim, constituído por uma mera cadeira e uma mesa com um ramo de flores, ou seja, bastante monótono. Igualmente numa das cenas mais importantes da peça, onde o Romeiro se identifica como D. João de Portugal, apenas permaneciam no palco três panos com tinta preta e branca onde era extremamente difícil de perceber qual dos quadros descrevia D. João de Portugal.
Ainda, a Companhia revelou uma má adaptação da peça saltando algumas partes importantes. No início, mesmo depois de uma leitura da peça, havia alunos que se questionavam sobre o que estava a passar. Apontamos, quanto a este aspecto, o exemplo da cena do Romeiro que, quando Telmo o interroga sobre quem ele é, aquele não aponta para o seu quadro, como se apresenta descrito na obra, o que tornou imperceptível o facto de Frei Jorge conhecer ou não a verdadeira identidade do Romeiro.
Queríamos, ainda assim, congratular o costureiro, tendo em conta que foi o único que demonstrou algum talento, vestindo os actores com peças de roupa muito elegantes, remetendo para a época da obra.
Em suma, a adaptação de “Frei Luís de Sousa” feita pela Companhia profissional ACTUS revelou-se bastante aquém das nossas expectativas, acreditamos que desiludindo todos em geral.
11ºD
De modo evidente, observou-se por parte dos actores uma fraca capacidade em exprimir a emotividade nas várias situações postas em palco e a incapacidade de dar conta da proximidade das relações que Garrett pretendia transmitir, referindo como exemplo as últimas cenas da peça, mais concretamente a da cerimónia de conversão de Madalena e Manuel, em que o actor que encarnou o Arcebispo revelava um ritmo intermitente enquanto pronunciava as suas deixas.
Prosseguindo para a projecção de voz, os actores revelaram ineficiência na capacidade de serem ouvidos pelo público. De facto, os alunos encontraram dificuldades em ouvir alguns actores, como as que interpretaram Maria e Madalena, sobretudo quando era preciso que se virassem de costas para o auditório, em que pouco era o que se entendia dos seus discursos.
Sendo uma companhia de teatro que actua para públicos juvenis, os artistas já teriam que saber que a plateia não seria propriamente fácil, mas também a disposição dos microfones não ajudou. Por exemplo, durante o espectáculo, a personagem mais difícil de ouvir, e uma das mais importantes, Maria, foi posta em cena por uma actriz que não conseguiu projectar a sua voz, tornando bastante difícil a compreensão das suas falas.
Para agravar este problema, o cenário era tudo menos interessante, já que não remetia para a época, não tornado evidente o espaço elegante e luxuoso em que decorre o primeiro acto, no texto garrettiano. Este era, assim, constituído por uma mera cadeira e uma mesa com um ramo de flores, ou seja, bastante monótono. Igualmente numa das cenas mais importantes da peça, onde o Romeiro se identifica como D. João de Portugal, apenas permaneciam no palco três panos com tinta preta e branca onde era extremamente difícil de perceber qual dos quadros descrevia D. João de Portugal.
Ainda, a Companhia revelou uma má adaptação da peça saltando algumas partes importantes. No início, mesmo depois de uma leitura da peça, havia alunos que se questionavam sobre o que estava a passar. Apontamos, quanto a este aspecto, o exemplo da cena do Romeiro que, quando Telmo o interroga sobre quem ele é, aquele não aponta para o seu quadro, como se apresenta descrito na obra, o que tornou imperceptível o facto de Frei Jorge conhecer ou não a verdadeira identidade do Romeiro.
Queríamos, ainda assim, congratular o costureiro, tendo em conta que foi o único que demonstrou algum talento, vestindo os actores com peças de roupa muito elegantes, remetendo para a época da obra.
Em suma, a adaptação de “Frei Luís de Sousa” feita pela Companhia profissional ACTUS revelou-se bastante aquém das nossas expectativas, acreditamos que desiludindo todos em geral.
11ºD
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