Uma das actividades mais aguardadas no âmbito da disciplina de Português revelou-se uma verdadeira decepção, pois todas as expectativas criadas em relação à adaptação teatral de “Frei Luís de Sousa” a fazer pela Companhia “Actus” ruíram no dia da sua apresentação pública.
Esta peça de Almeida Garrett foi utilizada pelo autor como arma política contra o governo de Costa Cabral, por esse motivo a sua estreia provocou controvérsia.
Controversa foi igualmente a adaptação feita pelo grupo Actus no dia 27 de Janeiro, uma vez que, mesmo seguindo os diálogos originais, os actores não conseguiram transmitir a emoção que o texto transpira do início ao fim.
Os factores que contribuíram para esta falta de emotividade foram vários, tais como a péssima projecção de voz das actrizes; a incompatibilidade entre as idades dos actores e a das personagens; o catarro da actriz que interpretou Madalena; a pobreza do cenário (uma vez que na obra original as actos passavam-se em palácios e igrejas); a cena da morte de Maria e, ainda, o facto de o Romeiro não mostrar nunca a cara.
Os dois últimos aspectos referidos foram os que mais nos marcaram pela negativa. De facto, relativamente à cena da morte de Maria, consideramos que, sendo esta uma das cenas mais emotivas de toda a peça, a interpretação feita pela actriz da Companhia em questão foi demasiado energética, não contemplando o facto de que a personagem estava doente e prestes a morrer, não sabendo, pois, transmitir a emoção esperada.
O facto de a cara do Romeiro não ter chegado a ser revelada foi, sem dúvida, um grande erro, dado que na obra original este aspecto era muito importante no seu reconhecimento como D. João de Portugal pelo seu fiel aio Telmo Pais.
No entanto, importa salientar que nem tudo correu mal: o actor que deu vida à personagem de Manuel de Sousa Coutinho fez uma excelente interpretação, bem como o seu colega que interpretou Telmo Pais.
Importa também referir que o comportamento do público foi vergonhoso, o que poderá ter condicionado o desempenho dos actores.
Ana Filipa Pinto, nº2
Inês Nogueira, nº14
José Pedro Barbosa, nº17
Rita Andrade, nº 20
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
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