Presenciámos, no passado dia 27, uma adaptação de uma das peças mais importantes da dramaturgia portuguesa, “Frei Luís de Sousa”, pela Companhia “Actus”. Será que o “Actus” conseguiu captar a essência dos “actos” das personagens garrettianas?
Ao invés das ricas descrições dadas por Almeida Garrett relativamente aos espaços físicos do texto, os cenários apresentados demonstraram-se fracos a nível de preenchimento de palco, pobres em adereços e com um fundo pouco chamativo, uma vez que uma tela daria mais “vida” ao palco.
Tal como o cenário, os actores não fizeram jus à grandiosa peça de Garrett. Os sentimentos e as emoções transmitidas ficaram aquém do esperado. Particularizando, o actor que mais se destacou pela negativa foi o que deveria ter recriado com a alma necessária a personagem de Madalena de Vilhena, que se limitou a reproduzir o texto de forma inexpressiva.
O que representou Telmo Pais fê-lo de forma neutra e com reduzida expressividade nos momentos mais trágicos, nomeadamente, no da identificação do Romeiro. Frei Jorge foi também pouco convincente em algumas situações, demonstrando-se uma “personagem inanimada”. O Romeiro revelou-se um pouco esquisito, aparecendo sempre de cara tapada.
Os actores que corresponderam ao que era esperado foram os que encarnaram Manuel de Sousa Coutinho e Maria, ao revelarem emotividade na sua representação. Contudo, Maria teve alguns problemas na colocação de voz e poderia ter demonstrado mais dramatismo na interpretação final da sua morte.
De modo a justificar algumas falhas na recriação das personagens durante o espectáculo, podemos referir o comportamento da plateia. Os alunos do 11º ano revelaram grande falta de maturidade, bem como de respeito e educação perante os actores, ao falarem durante toda a peça; utilizarem lasers; ouvirem rádio; e, finalmente, chegarem ao extremo de fumar no recinto onde decorria o espectáculo.
Concluindo, a adaptação de “Frei Luís de Sousa” permitiu compreender a peça, mas não da melhor forma…
Ana Rita Pacheco nº 5 11ºE
Gonçalo Pereira nº 12 11ºE
Sara Oliveira nº22 11ºE
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
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