sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Drama sem dramatismo

A adaptação da peça Frei Luís de Sousa pela Companhia de teatro Actus a que os alunos de 11º ano da ESGO assistiram no passado dia 27 de Janeiro terá agradado verdadeiramente?

Na nossa opinião, predominaram os aspectos negativos, levando à má percepção do texto originalmente criada por Almeida Garrett.

Um dos aspectos falhados nesta adaptação foi a representação e caracterização das personagens pelos actores. Isto é, faltou-lhes emoção e criatividade na interpretação das personagens, como por exemplo, na recriação da personagem Madalena, cuja actriz manteve durante a totalidade do espectáculo um tom de voz monocórdico. A falta de emoção evidenciada pelo actor que encarnou Telmo, no momento em que reconheceu o seu amo, reagindo com indiferença e não com a devida surpresa, foi também uma desilusão. Também o exagero na caracterização por parte do actor que desempenhou o papel de Romeiro eliminou o suspense do texto original.
A nosso ver, o único actor que desempenhou minimamente bem o seu papel foi o que encarnou Manuel de Sousa Coutinho, visto que a sua movimentação em palco e a expressividade dada aos diálogos conseguiram traduzir as características da personagem.

Para além disso, não houve grande distinção em termos de cenário entre as diferentes partes do espectáculo (ao contrário do que estava descrito nas didascálias no início de cada acto da peça garrettiana), o que fez com que o afunilamento espacial que contribui para o adensamento da atmosfera trágica da peça não se tornasse evidente.

Concluimos com a referência ao péssimo ambiente criado pelo público, o qual prejudicou o desempenho dos actores, contribuindo, deste modo, para acentuar a falta de qualidade desta adaptação.

Trabalho realizado por:
Matilde Ribeiro, nº 25
Francisco Van Zeller
Ana Rita Mirra
11ºE

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