Sendo “Frei Luís de Sousa” a obra-prima dramática de Almeida Garrett, eram grandes as expectativas relativamente à adaptação realizada pela Companhia Actus, levada à cena no Teatro Sá da Bandeira, no dia 27 de Janeiro, a qual, contudo, deixou muito a desejar…
Infelizmente, o que prometia ser uma encenação fiel ao dramatismo do texto original tornou-se numa desilusão devido a alguns aspectos negativos que se fizeram sentir desde o início: do cenário pobre à péssima representação dos actores, supostamente profissionais, passando pelos cortes de cenas cruciais para a apreensão da tragicidade da história da família.
Relativamente ao cenário, este comprometeu a obra de Garrett, visto que, na mesma, os espaços físicos são descritos pormenorizadamente, relacionando-se com os sentimentos vivenciados pelas personagens em cada acto, com a localização histórico--social da acção e, ainda, com o modo como evoluem os acontecimentos. Neste espectáculo, aquele não passou de insignificantes adereços...
Quanto à representação dos actores, muito tem que se lhes apontar. Na verdade, além da inexpressividade e da má dicção, igualmente, a caracterização não foi a melhor: o guarda-roupa era pobre e havia uma falta de correspondência etária significativa entre os actores e as personagens que encarnavam.
Além disso, a actriz responsável por Madalena era demasiado monocórdica, inexpressiva, não tendo estado à altura de traduzir toda a carga emocionalmente romântica da personagem.
No que respeita a má representação de cenas cruciais, consideramos como exemplo o momento em que Telmo descobre a verdadeira identidade do Romeiro, em que não foi traduzida a emotividade pretendida por Garrett.
Por último, o texto original sofreu alterações fulcrais para o entendimento completo da peça, nomeadamente, a cena da súplica de Telmo a Deus, no acto III.
Em suma, o espectáculo revelou-se desinteressante, entediante, um verdadeiro desastre!
11ºC
Ana Cordeiro, nº1
Cláudia Seabra, nº5
João Trindade, nº15José Maria Carvalho, nº16
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
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