terça-feira, 30 de março de 2010

Traços de um trágico romântico em Frei Luís de Sousa

Um aspecto a reflectir sobre a relação entre elementos trágicos e românticos em Frei Luís de Sousa observa-se na evolução psicológica fatal das personagens.
Assim, em Madalena, este conflito verifica-se entre o passado pecaminoso e o presente, assente no amor por Manuel; em Telmo, verifica-se na sua mudança de fidelidade a D. João para o amor a Maria.
Contrariando a riqueza psicológica destas personagens, surge D. João, personificando a indissociabilidade dos laços matrimoniais, que, por respeito à fé católica de Garrett e aos factos históricos, vencem o confronto entre os sentimentos e o dogma, ao destruir fatalmente a família. No entanto, o arrependimento final de D. João demonstra a posição pessoal do autor. Esta obra apresenta-se ainda profunda nas semelhanças entre o regresso do passado, com esta personagem, e o mito sebástico.
Mas é também através dos traços heróicos de Manuel de Sousa Coutinho que é desenvolvido o mito, na comparação indirecta com o presente de produção da peça, pretendendo o autor transmitir a mensagem dos prejuízos da inacção popular que compromete o progresso e, portanto, da necessidade de reacção, o que esteve na origem da inaceitação da peça no seu tempo.

Francisco Gonçalves, 11ºC

terça-feira, 16 de março de 2010

Elementos da Tragédia Grega em “Frei Luís de Sousa”

A obra Frei Luís de Sousa não se encaixa na categoria de tragédia. No entanto, segundo o próprio Garrett, há-de sempre pertencer, pela índole, a este género. De facto, vários dos elementos essenciais da tragédia grega estão presentes nesta obra dramática.
Assim, nesta obra romântica, apesar da importância do amor, é o Destino (“Ananké”) a força suprema que vai governar as vidas das personagens.
Já o amor manifesta-se no Desafio concretizado por D. Madalena: a sua traição em pensamento a D. João de Portugal, quando estes eram ainda casados e Madalena se apaixonou por Manuel de Sousa Coutinho. A consciência de Madalena irá sempre fazê--la sofrer – “Pathos” – por causa deste seu desafio às leis morais e católicas – “Hybris”. Já o “Ágon” manifesta-se neste seu conflito emocional que não a deixará viver o seu amor em paz. Importa acrescentar que este conflito é fomentado e acentuado pelo desafio de Telmo à ordem familiar – “Hybris” -, através das suas profecias e agouros, e que irá também aumentar o sofrimento de Maria, por empatia com a sua mãe.
É o incêndio da casa da família ateado por Manuel, como forma de desafio aos governadores e ao poder instituído – “Hybris” -, que provoca a mudança para o Palácio de D. João, uma das peripécias da peça. Telmo vai trembém estar em conflito - “Ágon” pois vê agora um novo lado de Manuel e isto, aliado ao seu amor por Maria, vai prejudicar a sua fidelidade a D. João.
O aparecimento do Romeiro constitui o clímax (e também outra peripécia), pois vai destruir o precário equilibro da família, mostrando que D. João ainda está vivo. O reconhecimento deste e do Romeiro como uma só pessoa – anagnórise - pelo Frei Jorge dissipa todas as dúvidas e provoca um atroz sofrimento – “Pathos”-, pela sua família, a Manuel.
A vinda de D. João impele, por certo por obra do Destino, as personagens para um desenlace fatal, trágico – catástrofe. Efectivamente, a obra culmina na morte física de Maria e na morte espiritual e social de Madalena, Manuel e também de D. João, bem como num grande sofrimento em Telmo.
A catarse – “Katharsis” -, tem o seu auge na morte trágica de Maria, precedida de um monólogo que suscita terror e piedade nos espectadores, por se tratar de uma menina angelical e inocente que, devido à sua condição de nascimento, morre de “vergonha”, certamente por culpa da sociedade, projectando, talvez, a vida do próprio Garrett.
Em suma, Frei Luís de Sousa, um drama romântico, quebra convenções e inova, mas fazendo uso de elementos da tragédia grega, fundamentais para a sua índole trágica.

Catarina Matos
Francisco Gonçalves
Sofia Magalhães
11ºC

Uma tragédia de drama

No passado dia 27, assistimos a uma representação de Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett, pela Companhia “Actos”, no Teatro Sá da Bandeira. A expectativa que a leitura prévia da obra criou em nós resultou, no entanto, numa desilusão que deixaria decepcionado o próprio autor, uma vez que não reproduziu convincentemente todo o dramatismo do texto original.
Referir-nos-emos em primeiro lugar à estrutura formal da peça. Após termos assistido à adaptação, reparámos na ausência de certos excertos, inclusive cenas, que influenciaram a sua compreensão por parte do auditório, como por exemplo, a cena do Irmão Converso, que tornou um pouco confuso o modo como D. João de Portugal se encontrou com Telmo.
No que diz respeito ao cenário, consideramos que foi ornamentado de forma muito pobre, contrastando com a riqueza descritiva que Almeida Garrett apresenta nas indicações cénicas que introduzem cada acto. Além disso, os retratos escolhidos não permitiram o reconhecimento imediato das personalidades retratadas. Contudo, o deficiente preenchimento do palco transmitiu a ideia de espaço amplo, característico dos palácios onde se desenrola a acção.
Descendo ao particular, debruçar-nos-emos na representação dos actores que, na maioria, deixaram muito a desejar. As actrizes que interpretaram Madalena e Maria pecaram a primeira pela pouca expressividade e a segunda, por exagero da mesma. Também os actores que desempenharam os papéis de Romeiro, Jorge e Bispo não conseguiram convencer o público. O Romeiro, pelo seu pouco dramatismo, não correspondeu à relevância que tem na peça; quanto a Frei Jorge, juntou à sua falta de expressividade uma fraca colocação de voz; finalmente, o Bispo, demasiado monocórdico no tom usado, não conferiu o devido dramatismo aos acontecimentos a que preside, sendo as cenas em que eles se desenrolam as mais dramáticas da peça. Para além disso, apresentou uma juventude inadequada ao papel assumido.
Houve, no entanto, duas boas prestações que se devem salientar, apesar de uma ter sido bem melhor do que a outra: a do actor que protagonizou Manuel de Sousa Coutinho e a do que encarnou Telmo.
De facto, presenciámos um Manuel com expressividade adequada às emoções vividas, representando de forma exemplar o sentimento patriótico e o amor pela família na cena do incêndio. Associou ao seu à-vontade em palco uma excelente projecção de voz. Esta virtude tinha também o actor que desempenhou Telmo, o qual, apesar de não ter seguido exactamente os passos e atitudes definidas pelo autor para a personagem, teve uma prestação um pouco melhor do que os restantes elementos do elenco.
Temos, porém, obrigação de mencionar o comportamento do público. O completo desinteresse que este revelou desencadeou atitudes lamentáveis, demonstrando uma indesculpável falta de educação e de respeito para com o elenco, que viu ser boicotada a visualização do espectáculo. Contudo, apesar de não servir como desculpa, pensamos que é o dever de uma companhia que se dedica a um público estudantil tornar uma adaptação teatral atractiva, dinâmica, de modo a cativar o interesse do mesmo, evitando talvez assim situações desagradáveis como as que se verificaram.
Em suma, a representação não espelhou a qualidade e a grandeza do texto original, muito por causa do cenário e, igualmente, da falta de competência de alguns actores.
Carlos Coutinho, nº9 11º E
Gonçalo Oliveira, nº13 11ºE
Pedro Cunha, nº21 11ºE

sábado, 13 de março de 2010

Faltou fogo!

Faltou fogo!

No dia 27 de Janeiro, fomos ao Teatro Sá da Bandeira ver a peça Frei Luís de Sousa. Foi um espectáculo um pouco controverso… desde actores que não eram muito apelativos, passando pelo público que estava eufórico até à pobreza e estado do teatro. De quem será a culpa deste fracasso?
Na minha opinião, a representação da peça teve algumas falhas e, por outro lado, também estava dependente de factores externos, tais como a recepção do público, a idade e educação do auditório e também as condições do teatro. Todos estes aspectos dificultavam a tarefa dos actores.
Relativamente a estes, os actores não eram muito (ou atrevo-me mesmo a dizer- nada!) atractivos e empolgantes. Madalena, a mãe, era muito pouco expressiva. Penso que era fundamental que esta personagem expressasse bem os sentimentos, pois passa por muitas situações adversas (o desaparecimento do marido, D. João de Portugal, a doença da filha, a mudança de casa,.. ) e a actriz não transmitia essas diferentes sensações. Para além disso, projectava muito mal a voz e tinha uma má dicção. Outra personagem que não tinha a menor projecção de voz era Maria, a filha de Madalena. Considero que a actriz foi mal escolhida, pois Maria é uma rapariga de 13 anos e na peça aparentava ser muito mais velha.
Telmo, na obra, é uma personagem muito empolgante e revoltada e na representação que vimos não passava estas emoções. Penso que se ouvia bem o que dizia, mas interpretava com pouca entoação. Era, no entanto, visível a sua “paixão” por D. João de Portugal, personagem esta que não teve um papel tão saliente como deveria ter. E foi uma grande desilusão não mostrar a cara durante toda a peça.
Em oposição a todos estes actores, Manuel de Sousa Coutinho teve uma prestação bastante boa, sobressaindo em relação a todos os outros. Falava alto, de forma compreensível e conseguia fazer transparecer sentimentos e expressividade.
Creio que todas estas condicionantes foram fazendo com, que o público se desinteressasse, acabando por ter uma postura muito incorrecta. Muitos espectadores falavam, apontavam lasers, assobiavam, gritavam e chegaram até a fumar substâncias ilícitas. No meu ponto de vista, o auditório teve uma péssima atitude e acabou por desrespeitar os actores.
Para além de tudo isto, a pobreza e as más condições do teatro dificultaram o ambiente. As cadeiras estavam desfeitas, o chão rangia, estava muito frio…
Assim, penso que estes aspectos denegriram a ideia de uma gloriosa e empolgante história, um pouco por culpa de tudo acima referido, o que criou um mau clima.

Filipa Barros, 11º A, nº 9

Selva ou teatro?

Selva ou teatro?

No dia 27 de Janeiro, as turmas do 11º ano foram assistir à peça Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett. A representação não correu da melhor maneira; as condições criadas pelo público e pelos actores não foram as melhores. O próprio espaço não ajudou.
A prestação e a paciência dos actores foram de louvar a certos níveis, pois não perderam a calma, ainda que perante um grupo de perto de 400 alunos que mais pareciam animais selvagens, todos aprisionados dentro de uma só grandiosa jaula. Embora tenha sido, talvez, um dos mais árduos obstáculos de ultrapassar, a companhia de teatro continuou o espectáculo, tentando que não se perdesse nada da peça.
Os actores foram ainda confrontados com várias adversidades, além dos alunos selvagens. As condições do teatro não eram as melhores: não havia microfones, o que obrigou a um maior esforço para que o texto fosse ouvido no meio dos comentários dos alunos. Os cenários eram muito básicos e pouco arrojados. Penso que estas duas razões ditaram a prestação dos actores, tendo sido notórias algumas falhas de concentração em algumas passagens.
Em suma, ainda que a prestação dos actores estivesse condicionada pelos factores acima mencionados, penso que a peça teria corrido muito melhor se não tivéssemos ido à selva em vez do teatro.


Miguel Fuas Lobo
11º B, nº 22

O Sermão de Manuel de Sousa Coutinho aos pupilos

O Sermão de Manuel de Sousa Coutinho aos pupilos

Com certeza que qualquer um se surpreenderia se, na expectativa de assistir a uma peça de teatro, acabasse por presenciar uma peça de “faz-de-conta”, seguida de um sermão.
Não posso culpar os incompetentes actores, nem o vergonhoso comportamento dos alunos e nem sequer as fracas instalações como factores separados e sem ligação. Posso, no entanto, culpar todas essas falhas!
Começando pelos alunos, esses tiveram uma postura inadmissível. Desde ruído enquanto a peça decorria, passando por pessoas a apontar lasers, distraindo os actores , a mandar vaias e comentários despropositados e até fumar droga dentro do teatro! Tal comportamento não seria de esperar de alunos do 11º ano e tenho vergonha em ter presenciado isso.
No entanto, os actores não cativaram, por assim dizer, o público. A maior parte deles eram actores sem experiência, que não sabiam projectar a voz e falavam em tom monocórdico, especialmente a actriz que representava Madalena. Provavelmente, o único actor decente que lá estava era o que interpretou Manuel de Sousa Coutinho, marido de Madalena.

Por último, era de esperar que num teatro com uma péssima companhia de actores, as condições fossem más. Algumas cadeiras estavam partidas, as restantes eram desconfortáveis e fazia um frio de morte na sala.
Concluindo, a peça em geral foi deplorável, a meu ver. Mas claro, como não podia deixar de ser, recebemos um sermão no final, relativamente ao nosso comportamento, dado pelo actor que representava Manuel.
Com uma peça de faz de conta e um sermão, devo dizer que passei uma manhã … original !!


Bárbara Pinho, 11º A, nº 3

"The show must go on!"

“The show must go on!”

Neste texto de apreciação, pretendo fazer uma crítica à peça de teatro “Frei Luís de Sousa” que fomos ver no dia 27 de Janeiro.
Afirmar que a vimos e que a conseguimos compreender na totalidade é, muito sinceramente, mentir. Não foi a dificuldade do texto, nem a acústica, nem a representação em si; foi o barulho que se fez sentir na plateia. Devo dizer que me sinto envergonhada por ter estado presente e ter assistido ao que se passou. Rádios ligados, música, assobios, telemóveis, lasers… tudo coisas que não deveriam estar presentes num teatro, mas que, neste caso, estiveram e na minha opinião “roubaram” as atenções da peça.
Em relação à peça em si e ao desempenho dos actores, penso que estiveram muito bem, dada a situação. Não consigo compreender como não interromperam a peça a meio, mas como se costuma dizer “the show must go on” ( o espectáculo deve continuar), independentemente das confusões.
Acho que todos os actores conseguiram captar e demonstrar o sentimento do texto. Gostei do facto de terem seguido o texto original, porque, para quem o tinha lido a priori, a representação foi de muito mais fácil compreensão. No entanto, penso que um dos aspectos negativos foi a má acústica, devido à falta de microfones, falta esta que se fez notar no caso das personagens, Maria e D. Madalena, devido ao seu baixo timbre vocal.
Gostava também de falar da actriz que interpretou Maria de Noronha, porque no último acto, quando esta apareceu no meio da plateia, manteve-se calma, mesmo tendo muita gente a gritar e a apontar-lhe telemóveis.
Foi este terceiro e último acto aquele de que eu mais gostei, devido à intensidade da representação de Maria, D. Madalena e Manuel de Sousa Coutinho. É por isso que acho que a representação num todo esteve à altura do texto, ao contrário do público, que não esteve à altura da peça.
Por isso, apenas posso dizer que gostei bastante da peça e da representação individual de Maria e de Manuel. Quero também pedir desculpa em nome de todos os meus colegas pelo seu comportamento e dizer que recomendo esta peça a quem a quiser ver.


Catarina Casella B. Teixeira , 11º B, nº 3

domingo, 7 de março de 2010

Expectativas defraudadas

A adaptação de “Frei Luís de Sousa” pela companhia “Actus” à qual assistiram as turmas do 11º ano da Escola Secundária/3 Garcia de Orta, no passado dia 27 de Janeiro, revelou-se verdadeiramente incipiente.
A representação esteve aquém das expectativas, tanto a nível da projecção da voz por parte dos actores, como ao nível da sua representação, sendo o cenário e a caracterização das personagens factores igualmente causadores da desilusão criada nos espectadores.
Centremo-nos primeiramente nos actos e na falta de capacidade dos actores em transmitir aos espectadores os sentimentos revelados pelas personagens do texto original. D. Madalena de Vilhena foi a personagem pior interpretada por causa do tom monocórdico e por vezes inaudível utilizado pela actriz que a encarnou. Na cena em que Manuel de Sousa Coutinho incendeia a sua própria casa, esta Madalena revela-se muito passiva, não correspondendo ao terror que a verdadeira Madalena denuncia, ao perceber que terá de se confrontar com o seu passado no palácio do seu primeiro marido para onde se deslocarão, um espaço fechado e soturno que contribuirá para a agudização dos seus terrores.
Para além disso, o cenário apresentado revelava falhas cruciais para a percepção do desenlace final. Os únicos adereços que permitiam ao espectador perceber que a cena tinha deixado de decorrer na casa de Manuel de Sousa Coutinho e passado a centrar-se no palácio de D. João de Portugal eram as três imagens colocadas como pano de fundo. Sendo o cenário um elemento extensiva e pormenorizadamente descrito na obra original, que permite fazer a transição de um local aberto, claro e onde não existiam grandes preocupações, para um local que já tivemos oportunidade de descrever como fechado, obscuro e que deixa a expectativa da ocorrência de uma catástrofe.
Em suma, uma ida ao teatro que era esperada com grande entusiasmo revelou-se uma desilusão, deixando a maioria dos alunos sem vontade de repetir a experiência, pelo menos num futuro próximo.


Mariana Branco nº18 11ºD
Marta Xavier nº20 11ºD
Pedro Leite nº21 11ºD

A representação do "Frei Luís de Sousa" no Sá da Bandeira

Frei Luís de Sousa é uma das obras que mais marcou o Romantismo do século XIX em Portugal. A peça redigida por Almeida Garrett e representada pela primeira vez em 1843 foi alvo de numerosos louvores até à actualidade. No mês de Janeiro de 2010, o Teatro Sá da Bandeira, no Porto, enquadrou nos seus espectáculos esta dramatização, dirigindo-a aos mais jovens. Contudo, a intenção de exaltar este mestre das letras, que foi Garrett, não foi bem conseguida.
Assim, podemos começar por abordar os cenários onde toda a acção dramática se desenrola. Baseados na obra original, verificamos o quão incompletos se mostraram. Ainda que a presença de velas e do vasto pano escarlate de fundo no palco intensificassem o clima de tragédia na história, não foi realmente feita nenhuma modificação notória de espaço físico ao longo dos três actos. O espectador não encontrou inicialmente a sala ampla, luminosa e ricamente decorada do palácicio de Manuel de Sousa Coutinho que o fizesse crer numa felicidade aparente das personagens. Não apareceu, no segundo acto, o salão mais sombrio da residência de D. João nem, mais tarde, indícios da capela da Senhora da Piedade, onde Madalena e o marido se separariam em entrega a Deus. Os cenários não se revelaram, como era suposto, fiéis às indicações da obra.
É também de salientar a falta de profissionalismo e a má escolha dos actores na passada sessão de teatro. As figuras de Madalena e Maria sofreram as piores representações, pois foram interpretadas por actrizes com pouca naturalidade que criavam gestos demasiado afectados e excessivamente teatrais. O tom de voz era tão baixo que não chegava ao auditório.
Por fim, torna-se necessário ter em conta os adornos que acompanhavam as personagens. Poderiam ter sido mais dignos de uma casa de teatro de tal prestígio. Tomando como exemplo um dos vestidos usados por D. Madalena, rapidamente apontamos a sua miserável execução.
Em suma, a representação teatral deverá ser melhorada. Os seus concretizadores que vejam a grandiosidade de Frei Luís de Sousa e, então, procurem compensar a obra-prima com trabalho de maior esplendor.
Maria do Carmo Ayres Pereira 11º J

segunda-feira, 1 de março de 2010

ACTUS PESSIMUS

Cerca de dois séculos separam a primeira representação da peça “Frei Luís de Sousa” da mais recente adaptação assistida pelos alunos do 11º ano no passado dia 27 pela Companhia ACTUS. Desinteresse, desconsolação e desmotivação varreram a sala desde o início…

Uma vez que é o cenário que dá a primeira impressão ao espectador da adaptação, a sua fraca qualidade desde logo nos deixou decepcionados, visto que este merecia mais cuidado na recriação ao constituir um importante elo de ligação entre o espaço físico do texto e o desenrolar da acção.

Quanto ao elenco, alguns actores revelaram incapacidade em captar a atenção do público, como a actriz que encarnou Maria, cuja má colocação de voz nos permitiu avaliá-la como uma das piores interpretações, sendo seguida pela que recriou Madalena, que excedeu o nível de dramatismo da personagem, fazendo a boa recriação de Telmo esquecer o problema de fala do actor responsável por esta personagem.
Por contraste, a interpretação de Manuel de Sousa Coutinho destacou-se pela positiva, sendo a nossa opinião unânime quanto à excelente actuação do actor. Não esquecemos também de referir o desempenho mediano dos actores que desempenharam o Romeiro e Frei Jorge.

Para concluir, o espectáculo não alcançou as nossas expectativas, uma vez que uma obra de tamanha importância na dramaturgia portuguesa deveria merecer mais respeito por parte das companhias que o levam à cena perante públicos estudantis.


Luísa Barros
Francisco Vieira
Tomás Andrade
11ºE