Eça de Queirós dá grande importância a Lisboa na sua obra-prima “Os Maias”. A cidade deixa de ser um cenário para constituir um espaço preponderante no decorrer da acção, ao permitir não só caracterizar as personagens modeladas, como ao revelar grande influência na alteração dos seus comportamentos.
Efectivamente, é notório que não são só as relações interpessoais que modelam as personagens, mas também a sua relação com a cidade e a vida que esta oferece. N’”Os Maias”, Eça de Queirós descreve uma Lisboa estagnada a todos os níveis, desde o aspecto cultural ao social, revelando-se em todos os comportamentos e atitudes dos seus habitantes. É uma cidade completamente corrompida, com valores morais degradados, que, aliados ao tédio e ao comodismo, impedem o desenvolvimento e atrasam o país em relação às tendências modernistas europeias. E a falta de iniciativa em que se encontra a cidade contribui para que ninguém sinta vontade de inovar e desenvolver. Descrever Lisboa e a Sociedade Portuguesa oitocentista finissecular é descrever exactamente o mesmo: o espírito romântico decadente.
Carlos da Maia é o exemplo da influência nefasta da cidade sobre as personagens, visto que, apesar de desde pequeno mostrar ser diferente dos outros, dotado de novas ideias e de um espírito empreendedor, com a chegada à capital e com o início do seu relacionamento social com as elites degeneradas que vivem das aparências, transforma-se num romântico, comodista, deitando por terra todos os sonhos e ambições de outrora.
Em conclusão, tendo em conta a influência que a cidade tem nos comportamentos das personagens, percebe-se o porquê de Eça de Queirós lhe ter dado tanta importância na sua obra.
Carlos Coutinho, nº9, 11ºE
quarta-feira, 26 de maio de 2010
terça-feira, 25 de maio de 2010
RESUMO DA INTRIGA PRINCIPAL DE OS MAIAS
O par romântico Carlos-Maria Eduarda tem o seu primeiro encontro não em Sintra, mas em Lisboa, quando Carlos se desloca à casa onde Maria se encontra, a pedido desta, pois Miss Sara, a sua governanta, adoecera. Como Castro Gomes estava ausente, estas personagens começaram a encontrar-se mais frequentemente e tornaram-se amantes. Carlos chega mesmo a instalar a sua amada numa grande mansão.
A relação é marcada por alguns dissabores, nomeadamente, o comportamento de Dâmaso em relação à união de Carlos com Maria Eduarda, o qual chega a publicar coisas ofensivas n’A Corneta do Diabo e também a escrever uma carta a Castro Gomes, quando este estava ainda no Brasil, denunciando os encontros dos apaixonados, o que acabou por provocar a descoberta do passado de Maria.
Com a revelação da relação incestuosa, Carlos reage mal e mantém conscientemente a relação com a irmã, sem que esta saiba de nada. O avô de Carlos, Afonso da Maia, ao descobrir que o neto continua a encontrar-se com Maria, morre de desgosto. Mais tarde, Ega, a pedido de Carlos, conta a verdade a Maria e dá-lhe dinheiro para ir para o estrangeiro. Carlos vai viajar com o amigo pelo mundo com o fim de se distrair.
Dez anos após a morte de Afonso da Maia, Carlos volta a Portugal e descobre que o país está praticamente na mesma. Encontra vários amigos e Ega põe-no a par de tudo o que se tem passado nos últimos tempos, principalmente da vida das outras pessoas.
Luísa Barros, nº18, 11ºE
A relação é marcada por alguns dissabores, nomeadamente, o comportamento de Dâmaso em relação à união de Carlos com Maria Eduarda, o qual chega a publicar coisas ofensivas n’A Corneta do Diabo e também a escrever uma carta a Castro Gomes, quando este estava ainda no Brasil, denunciando os encontros dos apaixonados, o que acabou por provocar a descoberta do passado de Maria.
Com a revelação da relação incestuosa, Carlos reage mal e mantém conscientemente a relação com a irmã, sem que esta saiba de nada. O avô de Carlos, Afonso da Maia, ao descobrir que o neto continua a encontrar-se com Maria, morre de desgosto. Mais tarde, Ega, a pedido de Carlos, conta a verdade a Maria e dá-lhe dinheiro para ir para o estrangeiro. Carlos vai viajar com o amigo pelo mundo com o fim de se distrair.
Dez anos após a morte de Afonso da Maia, Carlos volta a Portugal e descobre que o país está praticamente na mesma. Encontra vários amigos e Ega põe-no a par de tudo o que se tem passado nos últimos tempos, principalmente da vida das outras pessoas.
Luísa Barros, nº18, 11ºE
OPINIÕES SOBRE OS MAIAS DE EÇA DE QUEIRÓS
A obra “Os Maias” de Eça de Queirós é bastante conhecida não só pelo seu autor, mas também pela sua qualidade.
Após a leitura integral da obra, o episódio que considero mais empolgante é a história de Pedro da Maia e Maria Monforte, não só porque condiciona o a intriga principal, tornando possível a relação incestuosa de Carlos e Maria Eduarda, mas também pelo modo como Pedro se apaixona por Maria Monforte, levando ao ponto de se casarem mesmo contra a vontade do pai dele.
Relativamente à personagem que mais me marcou, considero que foi João da Ega, pela sua irreverência e por representar a voz contra a sociedade da altura, revelando-se, pois, uma personagem marcada por uma incontrolável rebeldia e pela defesa exaltada de ideias revolucionárias, nem sempre coerentes entre si. Ega é, contudo, sob a imagem trabalhada de si próprio, também um sentimentalista e frágil diante das paixões.
Para terminar, acrescento que, apesar d’ “Os Maias” serem no fundo um retrato social do século XIX, encontram-se alguns aspectos aplicáveis ao Portugal de hoje e, ainda que tenha gostado do livro (excepto algumas das longas e cansativas descrições), penso que poderia tê-lo aproveitado e apreciado um pouco mais, se não tivesse que o ler por ser considerada uma obra de leitura obrigatória.
Ana Rita Pacheco, nº5 11ºE
Eu não tive um momento/episódio predilecto. De facto tive vários. Gostei dos tempos de Carlos na faculdade, do jantar no Hotel Central, da ida a Sintra por parte de Carlos atrás da sua “Deusa”, não esquecendo o momento/episódio em que Cohen deu a entender ter descoberto que Raquel, sua esposa, o enganava com Ega.
Houve, na obra, duas personagens que me marcaram bastante, por motivos completamente contraditórios: Dâmaso Salcede e João da Ega.
Dâmaso Salcede despertou em mim um sentimento de raiva. É uma personagem completamente ridícula, um novo-rico, que quer ser amigo e “chique a valer” como Carlos e para isso o bajula. Completamente vaidoso, passa a vida a inventar histórias para que os outros o admirem. Contudo, por causa do seu orgulho ferido por Maria Eduarda, faz todos os possíveis para prejudicar Carlos Eduardo.
Por seu lado, João da Ega é um naturalista que se comporta como um romântico, quando está perdido de amores por Raquel Cohen, sendo este amor proibido pelo simples facto de Raquel ser casada. Ega é uma personagem extremamente crítica e irónica, possuindo assim um charme encantador e engraçado.
Com Os Maias, na minha opinião, Eça de Queiroz retrata na perfeição a sua época, satirizando também indirectamente a nossa. Assim, Os Maias são uma obra intemporal.
Raquel Oliveira Monteiro, nº 22, 11º C
Após uma primeira leitura do romance “Os Maias”, as opiniões dos leitores são muito variadas. Aqueles que gostam de ler, adoraram-no, ao contrário dos mais preguiçosos, que acharam uma «seca».
Na minha opinião, a primeira parte do romance é um pouco enfadonha, mas tem partes bastante importantes. Mas, como nem tudo é mau, a segunda parte é bem mais interessante, verificando-se mais “evolução” e acção na história, à medida que o romance incestuoso de Maria Eduarda e Carlos se desenrola.
Relativamente aos vários episódios da obra, aquele que mais me marcou foi o diálogo entre o casal protagonista após Castro Gomes ter contado a Carlos que Rosa não era sua filha e que Maria não era sua esposa, apenas uma mulher a quem pagava e que o seu verdadeiro apelido era Mac Gren. Ao ouvir estes factos, Carlos fica revoltado e sente-se traído, pois tudo o que vivenciara era para si falso. É então que resolve falar com a sua amante, acontecendo, a meu ver, o episódio mais bonito da obra.
Neste momento, os sentimentos de culpa por parte de Maria Eduarda são notórios, até porque já tinha tentado contar a Carlos o que agora ele veio a saber por outrem. Contudo, não teve coragem, receando a rejeição. Pede-lhe perdão, conta-lhe o seu passado, apela ao seu amor, entre lágrimas de sofrimento e de medo, uma vez que podia perder o seu grande amor.
Ao ver as reacções de Carlos, Maria revolta-se e declara-lhe bem alto o que sente por ele, usando uma das frases mais tocantes da obra: “Amo-te, adoro-te doidamente, absurdamente, até à morte!”. E Carlos, num momento de delírio, pede a sua mão em casamento. A sua amada fica eufórica só de apenas pensar em como seria o futuro entre eles e em como a sua vida seria maravilhosa. Porém, nada disto se verifica…
Custa pensar que um amor tão bonito estava já condenado, a partir do momento em que ambos saíram do ventre da mesma mãe!
É deste modo, e por estas razões, que a personagem que mais me marcou é a própria Maria Eduarda, despertando-me um sentimento de pena devido à dureza da sua infância e juventude. Graças aos caprichos e aventuras da sua mãe, a possibilidade de viver um amor ardente com a sua cara-metade, o irmão que desconhecia, foi totalmente destruída.
É triste a história de “Os Maias”, principalmente para as mulheres românticas. Como sou uma delas, esta obra marcou-me pela presença da ironia do destino e das coincidências que podem ocorrer ao longo de toda a nossa vida que, num instante, transforma a felicidade eterna em desgosto irrecuperável.
Sara Machado Oliveira, 11ºE, nº22
Nesta obra de Eça de Queirós, estimei vários episódios. Contudo, alguns momentos tiveram mais relevância para mim.
Apreciei bastante os episódios em que Carlos da Maia fazia todos os possíveis para que pudesse conhecer Maria Eduarda, pela qual se apaixonou desde a primeira vez que a avistou, à porta do Hotel Central, o que faz dele um romântico incurável. Também apreciei as visitas deste à Rua de S. Francisco, onde começou a desenvolver a relação tão desejada com Maria.
A personagem que mais me marcou foi João da Ega, o grande amigo de Carlos, não só pela sua personalidade excêntrica, mas também pela maneira como encarava a vida: com uma grande despreocupação e sempre com a intenção de se divertir e distrair. Outra personagem que me marcou foi Dâmaso Salcede, mas pela negativa. O facto de ele ser interesseiro, hipócrita e infiel fez com que eu não o valorizasse.
Em relação à obra em geral, penso que Eça conseguiu, claro que com muita ironia, retratar bem a sociedade da época e, por isso, achei interessante saber que hoje em dia o que se passa na nossa sociedade não é assim tão diferente do que é retratado n’Os Maias.
Luísa Barros, nº18, 11ºE
A história de “Os Maias” começa no Outono de 1875 quando Afonso da Maia se instala numa das casas de família, o Ramalhete. No início do livro, há uma analepse em que a narrativa remonta ao tempo de Pedro da Maia (filho de Afonso), entretanto falecido.
Nesta obra, o momento que mais me marcou foi o suicídio de Pedro, quando este chegou ao limite do seu sofrimento, da sua agonia, após a fuga da sua mulher. Nesta cena, Pedro mostra-se um fraco, confirmando a sua grande instabilidade emocional. Esta já se tinha verificado quando a mãe falecera. Assim, ao sofrer um grande desgosto com a fuga da esposa, andava como um “morto-vivo” pela casa do seu pai, depois de se reconciliarem. Juntando a morte da mãe ao facto de se encontrar sozinho, Pedro “bateu no fundo do poço” e deixou-se levar pelos maus sentimentos e emoções. Deixou tudo para trás (o seu filho Carlos e o seu pai Afonso) e acabou com a sua agonia.
Quanto à personagem que mais me marcou, foi decididamente João da Ega. Foi ele que me proporcionou momentos de descontracção, por ser uma personagem excêntrica que vive uma vida boémia. Ega é um homem um pouco contraditório: é um romântico sentimentalista e, ao mesmo tempo, um progressista e um crítico da sociedade. Impressiona tudo e todos com as suas atitudes arrojadas e revolucionárias. Sem dúvida, João da Ega é o espelho da faceta irónica de Eça de Queirós.
Embora me tenha “vergado” sob a tragédia e a comédia por ser uma história não só de amores e desamores, traições e mentiras, na minha opinião, ela é mais do que isso; ela “trabalha” temas sociais diversos, como a política, a religião, a literatura, a medicina…
Por fim, posso dizer que considero interessante, no final da obra, o balanço de vida feito por Carlos da Maia: a vida para ele é uma “treta” pois, por mais que tentasse lutar para mudá-la, reconhece que não vale a pena o esforço, porque há sempre “desilusões e poeira” - a fuga da mãe, a morte do pai e do avô e a descoberta do incesto (a mulher que amava era afinal sua irmã), por exemplo, são “poeiras” que encheram de fracasso a sua existência.
Nádia de Jesus, nº20, 11ºC
Após a leitura integral da obra, o episódio que considero mais empolgante é a história de Pedro da Maia e Maria Monforte, não só porque condiciona o a intriga principal, tornando possível a relação incestuosa de Carlos e Maria Eduarda, mas também pelo modo como Pedro se apaixona por Maria Monforte, levando ao ponto de se casarem mesmo contra a vontade do pai dele.
Relativamente à personagem que mais me marcou, considero que foi João da Ega, pela sua irreverência e por representar a voz contra a sociedade da altura, revelando-se, pois, uma personagem marcada por uma incontrolável rebeldia e pela defesa exaltada de ideias revolucionárias, nem sempre coerentes entre si. Ega é, contudo, sob a imagem trabalhada de si próprio, também um sentimentalista e frágil diante das paixões.
Para terminar, acrescento que, apesar d’ “Os Maias” serem no fundo um retrato social do século XIX, encontram-se alguns aspectos aplicáveis ao Portugal de hoje e, ainda que tenha gostado do livro (excepto algumas das longas e cansativas descrições), penso que poderia tê-lo aproveitado e apreciado um pouco mais, se não tivesse que o ler por ser considerada uma obra de leitura obrigatória.
Ana Rita Pacheco, nº5 11ºE
Eu não tive um momento/episódio predilecto. De facto tive vários. Gostei dos tempos de Carlos na faculdade, do jantar no Hotel Central, da ida a Sintra por parte de Carlos atrás da sua “Deusa”, não esquecendo o momento/episódio em que Cohen deu a entender ter descoberto que Raquel, sua esposa, o enganava com Ega.
Houve, na obra, duas personagens que me marcaram bastante, por motivos completamente contraditórios: Dâmaso Salcede e João da Ega.
Dâmaso Salcede despertou em mim um sentimento de raiva. É uma personagem completamente ridícula, um novo-rico, que quer ser amigo e “chique a valer” como Carlos e para isso o bajula. Completamente vaidoso, passa a vida a inventar histórias para que os outros o admirem. Contudo, por causa do seu orgulho ferido por Maria Eduarda, faz todos os possíveis para prejudicar Carlos Eduardo.
Por seu lado, João da Ega é um naturalista que se comporta como um romântico, quando está perdido de amores por Raquel Cohen, sendo este amor proibido pelo simples facto de Raquel ser casada. Ega é uma personagem extremamente crítica e irónica, possuindo assim um charme encantador e engraçado.
Com Os Maias, na minha opinião, Eça de Queiroz retrata na perfeição a sua época, satirizando também indirectamente a nossa. Assim, Os Maias são uma obra intemporal.
Raquel Oliveira Monteiro, nº 22, 11º C
Após uma primeira leitura do romance “Os Maias”, as opiniões dos leitores são muito variadas. Aqueles que gostam de ler, adoraram-no, ao contrário dos mais preguiçosos, que acharam uma «seca».
Na minha opinião, a primeira parte do romance é um pouco enfadonha, mas tem partes bastante importantes. Mas, como nem tudo é mau, a segunda parte é bem mais interessante, verificando-se mais “evolução” e acção na história, à medida que o romance incestuoso de Maria Eduarda e Carlos se desenrola.
Relativamente aos vários episódios da obra, aquele que mais me marcou foi o diálogo entre o casal protagonista após Castro Gomes ter contado a Carlos que Rosa não era sua filha e que Maria não era sua esposa, apenas uma mulher a quem pagava e que o seu verdadeiro apelido era Mac Gren. Ao ouvir estes factos, Carlos fica revoltado e sente-se traído, pois tudo o que vivenciara era para si falso. É então que resolve falar com a sua amante, acontecendo, a meu ver, o episódio mais bonito da obra.
Neste momento, os sentimentos de culpa por parte de Maria Eduarda são notórios, até porque já tinha tentado contar a Carlos o que agora ele veio a saber por outrem. Contudo, não teve coragem, receando a rejeição. Pede-lhe perdão, conta-lhe o seu passado, apela ao seu amor, entre lágrimas de sofrimento e de medo, uma vez que podia perder o seu grande amor.
Ao ver as reacções de Carlos, Maria revolta-se e declara-lhe bem alto o que sente por ele, usando uma das frases mais tocantes da obra: “Amo-te, adoro-te doidamente, absurdamente, até à morte!”. E Carlos, num momento de delírio, pede a sua mão em casamento. A sua amada fica eufórica só de apenas pensar em como seria o futuro entre eles e em como a sua vida seria maravilhosa. Porém, nada disto se verifica…
Custa pensar que um amor tão bonito estava já condenado, a partir do momento em que ambos saíram do ventre da mesma mãe!
É deste modo, e por estas razões, que a personagem que mais me marcou é a própria Maria Eduarda, despertando-me um sentimento de pena devido à dureza da sua infância e juventude. Graças aos caprichos e aventuras da sua mãe, a possibilidade de viver um amor ardente com a sua cara-metade, o irmão que desconhecia, foi totalmente destruída.
É triste a história de “Os Maias”, principalmente para as mulheres românticas. Como sou uma delas, esta obra marcou-me pela presença da ironia do destino e das coincidências que podem ocorrer ao longo de toda a nossa vida que, num instante, transforma a felicidade eterna em desgosto irrecuperável.
Sara Machado Oliveira, 11ºE, nº22
Nesta obra de Eça de Queirós, estimei vários episódios. Contudo, alguns momentos tiveram mais relevância para mim.
Apreciei bastante os episódios em que Carlos da Maia fazia todos os possíveis para que pudesse conhecer Maria Eduarda, pela qual se apaixonou desde a primeira vez que a avistou, à porta do Hotel Central, o que faz dele um romântico incurável. Também apreciei as visitas deste à Rua de S. Francisco, onde começou a desenvolver a relação tão desejada com Maria.
A personagem que mais me marcou foi João da Ega, o grande amigo de Carlos, não só pela sua personalidade excêntrica, mas também pela maneira como encarava a vida: com uma grande despreocupação e sempre com a intenção de se divertir e distrair. Outra personagem que me marcou foi Dâmaso Salcede, mas pela negativa. O facto de ele ser interesseiro, hipócrita e infiel fez com que eu não o valorizasse.
Em relação à obra em geral, penso que Eça conseguiu, claro que com muita ironia, retratar bem a sociedade da época e, por isso, achei interessante saber que hoje em dia o que se passa na nossa sociedade não é assim tão diferente do que é retratado n’Os Maias.
Luísa Barros, nº18, 11ºE
A história de “Os Maias” começa no Outono de 1875 quando Afonso da Maia se instala numa das casas de família, o Ramalhete. No início do livro, há uma analepse em que a narrativa remonta ao tempo de Pedro da Maia (filho de Afonso), entretanto falecido.
Nesta obra, o momento que mais me marcou foi o suicídio de Pedro, quando este chegou ao limite do seu sofrimento, da sua agonia, após a fuga da sua mulher. Nesta cena, Pedro mostra-se um fraco, confirmando a sua grande instabilidade emocional. Esta já se tinha verificado quando a mãe falecera. Assim, ao sofrer um grande desgosto com a fuga da esposa, andava como um “morto-vivo” pela casa do seu pai, depois de se reconciliarem. Juntando a morte da mãe ao facto de se encontrar sozinho, Pedro “bateu no fundo do poço” e deixou-se levar pelos maus sentimentos e emoções. Deixou tudo para trás (o seu filho Carlos e o seu pai Afonso) e acabou com a sua agonia.
Quanto à personagem que mais me marcou, foi decididamente João da Ega. Foi ele que me proporcionou momentos de descontracção, por ser uma personagem excêntrica que vive uma vida boémia. Ega é um homem um pouco contraditório: é um romântico sentimentalista e, ao mesmo tempo, um progressista e um crítico da sociedade. Impressiona tudo e todos com as suas atitudes arrojadas e revolucionárias. Sem dúvida, João da Ega é o espelho da faceta irónica de Eça de Queirós.
Embora me tenha “vergado” sob a tragédia e a comédia por ser uma história não só de amores e desamores, traições e mentiras, na minha opinião, ela é mais do que isso; ela “trabalha” temas sociais diversos, como a política, a religião, a literatura, a medicina…
Por fim, posso dizer que considero interessante, no final da obra, o balanço de vida feito por Carlos da Maia: a vida para ele é uma “treta” pois, por mais que tentasse lutar para mudá-la, reconhece que não vale a pena o esforço, porque há sempre “desilusões e poeira” - a fuga da mãe, a morte do pai e do avô e a descoberta do incesto (a mulher que amava era afinal sua irmã), por exemplo, são “poeiras” que encheram de fracasso a sua existência.
Nádia de Jesus, nº20, 11ºC
terça-feira, 30 de março de 2010
Traços de um trágico romântico em Frei Luís de Sousa
Um aspecto a reflectir sobre a relação entre elementos trágicos e românticos em Frei Luís de Sousa observa-se na evolução psicológica fatal das personagens.
Assim, em Madalena, este conflito verifica-se entre o passado pecaminoso e o presente, assente no amor por Manuel; em Telmo, verifica-se na sua mudança de fidelidade a D. João para o amor a Maria.
Contrariando a riqueza psicológica destas personagens, surge D. João, personificando a indissociabilidade dos laços matrimoniais, que, por respeito à fé católica de Garrett e aos factos históricos, vencem o confronto entre os sentimentos e o dogma, ao destruir fatalmente a família. No entanto, o arrependimento final de D. João demonstra a posição pessoal do autor. Esta obra apresenta-se ainda profunda nas semelhanças entre o regresso do passado, com esta personagem, e o mito sebástico.
Mas é também através dos traços heróicos de Manuel de Sousa Coutinho que é desenvolvido o mito, na comparação indirecta com o presente de produção da peça, pretendendo o autor transmitir a mensagem dos prejuízos da inacção popular que compromete o progresso e, portanto, da necessidade de reacção, o que esteve na origem da inaceitação da peça no seu tempo.
Francisco Gonçalves, 11ºC
Assim, em Madalena, este conflito verifica-se entre o passado pecaminoso e o presente, assente no amor por Manuel; em Telmo, verifica-se na sua mudança de fidelidade a D. João para o amor a Maria.
Contrariando a riqueza psicológica destas personagens, surge D. João, personificando a indissociabilidade dos laços matrimoniais, que, por respeito à fé católica de Garrett e aos factos históricos, vencem o confronto entre os sentimentos e o dogma, ao destruir fatalmente a família. No entanto, o arrependimento final de D. João demonstra a posição pessoal do autor. Esta obra apresenta-se ainda profunda nas semelhanças entre o regresso do passado, com esta personagem, e o mito sebástico.
Mas é também através dos traços heróicos de Manuel de Sousa Coutinho que é desenvolvido o mito, na comparação indirecta com o presente de produção da peça, pretendendo o autor transmitir a mensagem dos prejuízos da inacção popular que compromete o progresso e, portanto, da necessidade de reacção, o que esteve na origem da inaceitação da peça no seu tempo.
Francisco Gonçalves, 11ºC
terça-feira, 16 de março de 2010
Elementos da Tragédia Grega em “Frei Luís de Sousa”
A obra Frei Luís de Sousa não se encaixa na categoria de tragédia. No entanto, segundo o próprio Garrett, há-de sempre pertencer, pela índole, a este género. De facto, vários dos elementos essenciais da tragédia grega estão presentes nesta obra dramática.
Assim, nesta obra romântica, apesar da importância do amor, é o Destino (“Ananké”) a força suprema que vai governar as vidas das personagens.
Já o amor manifesta-se no Desafio concretizado por D. Madalena: a sua traição em pensamento a D. João de Portugal, quando estes eram ainda casados e Madalena se apaixonou por Manuel de Sousa Coutinho. A consciência de Madalena irá sempre fazê--la sofrer – “Pathos” – por causa deste seu desafio às leis morais e católicas – “Hybris”. Já o “Ágon” manifesta-se neste seu conflito emocional que não a deixará viver o seu amor em paz. Importa acrescentar que este conflito é fomentado e acentuado pelo desafio de Telmo à ordem familiar – “Hybris” -, através das suas profecias e agouros, e que irá também aumentar o sofrimento de Maria, por empatia com a sua mãe.
É o incêndio da casa da família ateado por Manuel, como forma de desafio aos governadores e ao poder instituído – “Hybris” -, que provoca a mudança para o Palácio de D. João, uma das peripécias da peça. Telmo vai trembém estar em conflito - “Ágon” pois vê agora um novo lado de Manuel e isto, aliado ao seu amor por Maria, vai prejudicar a sua fidelidade a D. João.
O aparecimento do Romeiro constitui o clímax (e também outra peripécia), pois vai destruir o precário equilibro da família, mostrando que D. João ainda está vivo. O reconhecimento deste e do Romeiro como uma só pessoa – anagnórise - pelo Frei Jorge dissipa todas as dúvidas e provoca um atroz sofrimento – “Pathos”-, pela sua família, a Manuel.
A vinda de D. João impele, por certo por obra do Destino, as personagens para um desenlace fatal, trágico – catástrofe. Efectivamente, a obra culmina na morte física de Maria e na morte espiritual e social de Madalena, Manuel e também de D. João, bem como num grande sofrimento em Telmo.
A catarse – “Katharsis” -, tem o seu auge na morte trágica de Maria, precedida de um monólogo que suscita terror e piedade nos espectadores, por se tratar de uma menina angelical e inocente que, devido à sua condição de nascimento, morre de “vergonha”, certamente por culpa da sociedade, projectando, talvez, a vida do próprio Garrett.
Em suma, Frei Luís de Sousa, um drama romântico, quebra convenções e inova, mas fazendo uso de elementos da tragédia grega, fundamentais para a sua índole trágica.
Catarina Matos
Francisco Gonçalves
Sofia Magalhães
11ºC
Assim, nesta obra romântica, apesar da importância do amor, é o Destino (“Ananké”) a força suprema que vai governar as vidas das personagens.
Já o amor manifesta-se no Desafio concretizado por D. Madalena: a sua traição em pensamento a D. João de Portugal, quando estes eram ainda casados e Madalena se apaixonou por Manuel de Sousa Coutinho. A consciência de Madalena irá sempre fazê--la sofrer – “Pathos” – por causa deste seu desafio às leis morais e católicas – “Hybris”. Já o “Ágon” manifesta-se neste seu conflito emocional que não a deixará viver o seu amor em paz. Importa acrescentar que este conflito é fomentado e acentuado pelo desafio de Telmo à ordem familiar – “Hybris” -, através das suas profecias e agouros, e que irá também aumentar o sofrimento de Maria, por empatia com a sua mãe.
É o incêndio da casa da família ateado por Manuel, como forma de desafio aos governadores e ao poder instituído – “Hybris” -, que provoca a mudança para o Palácio de D. João, uma das peripécias da peça. Telmo vai trembém estar em conflito - “Ágon” pois vê agora um novo lado de Manuel e isto, aliado ao seu amor por Maria, vai prejudicar a sua fidelidade a D. João.
O aparecimento do Romeiro constitui o clímax (e também outra peripécia), pois vai destruir o precário equilibro da família, mostrando que D. João ainda está vivo. O reconhecimento deste e do Romeiro como uma só pessoa – anagnórise - pelo Frei Jorge dissipa todas as dúvidas e provoca um atroz sofrimento – “Pathos”-, pela sua família, a Manuel.
A vinda de D. João impele, por certo por obra do Destino, as personagens para um desenlace fatal, trágico – catástrofe. Efectivamente, a obra culmina na morte física de Maria e na morte espiritual e social de Madalena, Manuel e também de D. João, bem como num grande sofrimento em Telmo.
A catarse – “Katharsis” -, tem o seu auge na morte trágica de Maria, precedida de um monólogo que suscita terror e piedade nos espectadores, por se tratar de uma menina angelical e inocente que, devido à sua condição de nascimento, morre de “vergonha”, certamente por culpa da sociedade, projectando, talvez, a vida do próprio Garrett.
Em suma, Frei Luís de Sousa, um drama romântico, quebra convenções e inova, mas fazendo uso de elementos da tragédia grega, fundamentais para a sua índole trágica.
Catarina Matos
Francisco Gonçalves
Sofia Magalhães
11ºC
Uma tragédia de drama
No passado dia 27, assistimos a uma representação de Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett, pela Companhia “Actos”, no Teatro Sá da Bandeira. A expectativa que a leitura prévia da obra criou em nós resultou, no entanto, numa desilusão que deixaria decepcionado o próprio autor, uma vez que não reproduziu convincentemente todo o dramatismo do texto original.
Referir-nos-emos em primeiro lugar à estrutura formal da peça. Após termos assistido à adaptação, reparámos na ausência de certos excertos, inclusive cenas, que influenciaram a sua compreensão por parte do auditório, como por exemplo, a cena do Irmão Converso, que tornou um pouco confuso o modo como D. João de Portugal se encontrou com Telmo.
No que diz respeito ao cenário, consideramos que foi ornamentado de forma muito pobre, contrastando com a riqueza descritiva que Almeida Garrett apresenta nas indicações cénicas que introduzem cada acto. Além disso, os retratos escolhidos não permitiram o reconhecimento imediato das personalidades retratadas. Contudo, o deficiente preenchimento do palco transmitiu a ideia de espaço amplo, característico dos palácios onde se desenrola a acção.
Descendo ao particular, debruçar-nos-emos na representação dos actores que, na maioria, deixaram muito a desejar. As actrizes que interpretaram Madalena e Maria pecaram a primeira pela pouca expressividade e a segunda, por exagero da mesma. Também os actores que desempenharam os papéis de Romeiro, Jorge e Bispo não conseguiram convencer o público. O Romeiro, pelo seu pouco dramatismo, não correspondeu à relevância que tem na peça; quanto a Frei Jorge, juntou à sua falta de expressividade uma fraca colocação de voz; finalmente, o Bispo, demasiado monocórdico no tom usado, não conferiu o devido dramatismo aos acontecimentos a que preside, sendo as cenas em que eles se desenrolam as mais dramáticas da peça. Para além disso, apresentou uma juventude inadequada ao papel assumido.
Houve, no entanto, duas boas prestações que se devem salientar, apesar de uma ter sido bem melhor do que a outra: a do actor que protagonizou Manuel de Sousa Coutinho e a do que encarnou Telmo.
De facto, presenciámos um Manuel com expressividade adequada às emoções vividas, representando de forma exemplar o sentimento patriótico e o amor pela família na cena do incêndio. Associou ao seu à-vontade em palco uma excelente projecção de voz. Esta virtude tinha também o actor que desempenhou Telmo, o qual, apesar de não ter seguido exactamente os passos e atitudes definidas pelo autor para a personagem, teve uma prestação um pouco melhor do que os restantes elementos do elenco.
Temos, porém, obrigação de mencionar o comportamento do público. O completo desinteresse que este revelou desencadeou atitudes lamentáveis, demonstrando uma indesculpável falta de educação e de respeito para com o elenco, que viu ser boicotada a visualização do espectáculo. Contudo, apesar de não servir como desculpa, pensamos que é o dever de uma companhia que se dedica a um público estudantil tornar uma adaptação teatral atractiva, dinâmica, de modo a cativar o interesse do mesmo, evitando talvez assim situações desagradáveis como as que se verificaram.
Em suma, a representação não espelhou a qualidade e a grandeza do texto original, muito por causa do cenário e, igualmente, da falta de competência de alguns actores.
Carlos Coutinho, nº9 11º E
Gonçalo Oliveira, nº13 11ºE
Pedro Cunha, nº21 11ºE
Referir-nos-emos em primeiro lugar à estrutura formal da peça. Após termos assistido à adaptação, reparámos na ausência de certos excertos, inclusive cenas, que influenciaram a sua compreensão por parte do auditório, como por exemplo, a cena do Irmão Converso, que tornou um pouco confuso o modo como D. João de Portugal se encontrou com Telmo.
No que diz respeito ao cenário, consideramos que foi ornamentado de forma muito pobre, contrastando com a riqueza descritiva que Almeida Garrett apresenta nas indicações cénicas que introduzem cada acto. Além disso, os retratos escolhidos não permitiram o reconhecimento imediato das personalidades retratadas. Contudo, o deficiente preenchimento do palco transmitiu a ideia de espaço amplo, característico dos palácios onde se desenrola a acção.
Descendo ao particular, debruçar-nos-emos na representação dos actores que, na maioria, deixaram muito a desejar. As actrizes que interpretaram Madalena e Maria pecaram a primeira pela pouca expressividade e a segunda, por exagero da mesma. Também os actores que desempenharam os papéis de Romeiro, Jorge e Bispo não conseguiram convencer o público. O Romeiro, pelo seu pouco dramatismo, não correspondeu à relevância que tem na peça; quanto a Frei Jorge, juntou à sua falta de expressividade uma fraca colocação de voz; finalmente, o Bispo, demasiado monocórdico no tom usado, não conferiu o devido dramatismo aos acontecimentos a que preside, sendo as cenas em que eles se desenrolam as mais dramáticas da peça. Para além disso, apresentou uma juventude inadequada ao papel assumido.
Houve, no entanto, duas boas prestações que se devem salientar, apesar de uma ter sido bem melhor do que a outra: a do actor que protagonizou Manuel de Sousa Coutinho e a do que encarnou Telmo.
De facto, presenciámos um Manuel com expressividade adequada às emoções vividas, representando de forma exemplar o sentimento patriótico e o amor pela família na cena do incêndio. Associou ao seu à-vontade em palco uma excelente projecção de voz. Esta virtude tinha também o actor que desempenhou Telmo, o qual, apesar de não ter seguido exactamente os passos e atitudes definidas pelo autor para a personagem, teve uma prestação um pouco melhor do que os restantes elementos do elenco.
Temos, porém, obrigação de mencionar o comportamento do público. O completo desinteresse que este revelou desencadeou atitudes lamentáveis, demonstrando uma indesculpável falta de educação e de respeito para com o elenco, que viu ser boicotada a visualização do espectáculo. Contudo, apesar de não servir como desculpa, pensamos que é o dever de uma companhia que se dedica a um público estudantil tornar uma adaptação teatral atractiva, dinâmica, de modo a cativar o interesse do mesmo, evitando talvez assim situações desagradáveis como as que se verificaram.
Em suma, a representação não espelhou a qualidade e a grandeza do texto original, muito por causa do cenário e, igualmente, da falta de competência de alguns actores.
Carlos Coutinho, nº9 11º E
Gonçalo Oliveira, nº13 11ºE
Pedro Cunha, nº21 11ºE
sábado, 13 de março de 2010
Faltou fogo!
Faltou fogo!
No dia 27 de Janeiro, fomos ao Teatro Sá da Bandeira ver a peça Frei Luís de Sousa. Foi um espectáculo um pouco controverso… desde actores que não eram muito apelativos, passando pelo público que estava eufórico até à pobreza e estado do teatro. De quem será a culpa deste fracasso?
Na minha opinião, a representação da peça teve algumas falhas e, por outro lado, também estava dependente de factores externos, tais como a recepção do público, a idade e educação do auditório e também as condições do teatro. Todos estes aspectos dificultavam a tarefa dos actores.
Relativamente a estes, os actores não eram muito (ou atrevo-me mesmo a dizer- nada!) atractivos e empolgantes. Madalena, a mãe, era muito pouco expressiva. Penso que era fundamental que esta personagem expressasse bem os sentimentos, pois passa por muitas situações adversas (o desaparecimento do marido, D. João de Portugal, a doença da filha, a mudança de casa,.. ) e a actriz não transmitia essas diferentes sensações. Para além disso, projectava muito mal a voz e tinha uma má dicção. Outra personagem que não tinha a menor projecção de voz era Maria, a filha de Madalena. Considero que a actriz foi mal escolhida, pois Maria é uma rapariga de 13 anos e na peça aparentava ser muito mais velha.
Telmo, na obra, é uma personagem muito empolgante e revoltada e na representação que vimos não passava estas emoções. Penso que se ouvia bem o que dizia, mas interpretava com pouca entoação. Era, no entanto, visível a sua “paixão” por D. João de Portugal, personagem esta que não teve um papel tão saliente como deveria ter. E foi uma grande desilusão não mostrar a cara durante toda a peça.
Em oposição a todos estes actores, Manuel de Sousa Coutinho teve uma prestação bastante boa, sobressaindo em relação a todos os outros. Falava alto, de forma compreensível e conseguia fazer transparecer sentimentos e expressividade.
Creio que todas estas condicionantes foram fazendo com, que o público se desinteressasse, acabando por ter uma postura muito incorrecta. Muitos espectadores falavam, apontavam lasers, assobiavam, gritavam e chegaram até a fumar substâncias ilícitas. No meu ponto de vista, o auditório teve uma péssima atitude e acabou por desrespeitar os actores.
Para além de tudo isto, a pobreza e as más condições do teatro dificultaram o ambiente. As cadeiras estavam desfeitas, o chão rangia, estava muito frio…
Assim, penso que estes aspectos denegriram a ideia de uma gloriosa e empolgante história, um pouco por culpa de tudo acima referido, o que criou um mau clima.
Filipa Barros, 11º A, nº 9
No dia 27 de Janeiro, fomos ao Teatro Sá da Bandeira ver a peça Frei Luís de Sousa. Foi um espectáculo um pouco controverso… desde actores que não eram muito apelativos, passando pelo público que estava eufórico até à pobreza e estado do teatro. De quem será a culpa deste fracasso?
Na minha opinião, a representação da peça teve algumas falhas e, por outro lado, também estava dependente de factores externos, tais como a recepção do público, a idade e educação do auditório e também as condições do teatro. Todos estes aspectos dificultavam a tarefa dos actores.
Relativamente a estes, os actores não eram muito (ou atrevo-me mesmo a dizer- nada!) atractivos e empolgantes. Madalena, a mãe, era muito pouco expressiva. Penso que era fundamental que esta personagem expressasse bem os sentimentos, pois passa por muitas situações adversas (o desaparecimento do marido, D. João de Portugal, a doença da filha, a mudança de casa,.. ) e a actriz não transmitia essas diferentes sensações. Para além disso, projectava muito mal a voz e tinha uma má dicção. Outra personagem que não tinha a menor projecção de voz era Maria, a filha de Madalena. Considero que a actriz foi mal escolhida, pois Maria é uma rapariga de 13 anos e na peça aparentava ser muito mais velha.
Telmo, na obra, é uma personagem muito empolgante e revoltada e na representação que vimos não passava estas emoções. Penso que se ouvia bem o que dizia, mas interpretava com pouca entoação. Era, no entanto, visível a sua “paixão” por D. João de Portugal, personagem esta que não teve um papel tão saliente como deveria ter. E foi uma grande desilusão não mostrar a cara durante toda a peça.
Em oposição a todos estes actores, Manuel de Sousa Coutinho teve uma prestação bastante boa, sobressaindo em relação a todos os outros. Falava alto, de forma compreensível e conseguia fazer transparecer sentimentos e expressividade.
Creio que todas estas condicionantes foram fazendo com, que o público se desinteressasse, acabando por ter uma postura muito incorrecta. Muitos espectadores falavam, apontavam lasers, assobiavam, gritavam e chegaram até a fumar substâncias ilícitas. No meu ponto de vista, o auditório teve uma péssima atitude e acabou por desrespeitar os actores.
Para além de tudo isto, a pobreza e as más condições do teatro dificultaram o ambiente. As cadeiras estavam desfeitas, o chão rangia, estava muito frio…
Assim, penso que estes aspectos denegriram a ideia de uma gloriosa e empolgante história, um pouco por culpa de tudo acima referido, o que criou um mau clima.
Filipa Barros, 11º A, nº 9
Selva ou teatro?
Selva ou teatro?
No dia 27 de Janeiro, as turmas do 11º ano foram assistir à peça Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett. A representação não correu da melhor maneira; as condições criadas pelo público e pelos actores não foram as melhores. O próprio espaço não ajudou.
A prestação e a paciência dos actores foram de louvar a certos níveis, pois não perderam a calma, ainda que perante um grupo de perto de 400 alunos que mais pareciam animais selvagens, todos aprisionados dentro de uma só grandiosa jaula. Embora tenha sido, talvez, um dos mais árduos obstáculos de ultrapassar, a companhia de teatro continuou o espectáculo, tentando que não se perdesse nada da peça.
Os actores foram ainda confrontados com várias adversidades, além dos alunos selvagens. As condições do teatro não eram as melhores: não havia microfones, o que obrigou a um maior esforço para que o texto fosse ouvido no meio dos comentários dos alunos. Os cenários eram muito básicos e pouco arrojados. Penso que estas duas razões ditaram a prestação dos actores, tendo sido notórias algumas falhas de concentração em algumas passagens.
Em suma, ainda que a prestação dos actores estivesse condicionada pelos factores acima mencionados, penso que a peça teria corrido muito melhor se não tivéssemos ido à selva em vez do teatro.
Miguel Fuas Lobo
11º B, nº 22
No dia 27 de Janeiro, as turmas do 11º ano foram assistir à peça Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett. A representação não correu da melhor maneira; as condições criadas pelo público e pelos actores não foram as melhores. O próprio espaço não ajudou.
A prestação e a paciência dos actores foram de louvar a certos níveis, pois não perderam a calma, ainda que perante um grupo de perto de 400 alunos que mais pareciam animais selvagens, todos aprisionados dentro de uma só grandiosa jaula. Embora tenha sido, talvez, um dos mais árduos obstáculos de ultrapassar, a companhia de teatro continuou o espectáculo, tentando que não se perdesse nada da peça.
Os actores foram ainda confrontados com várias adversidades, além dos alunos selvagens. As condições do teatro não eram as melhores: não havia microfones, o que obrigou a um maior esforço para que o texto fosse ouvido no meio dos comentários dos alunos. Os cenários eram muito básicos e pouco arrojados. Penso que estas duas razões ditaram a prestação dos actores, tendo sido notórias algumas falhas de concentração em algumas passagens.
Em suma, ainda que a prestação dos actores estivesse condicionada pelos factores acima mencionados, penso que a peça teria corrido muito melhor se não tivéssemos ido à selva em vez do teatro.
Miguel Fuas Lobo
11º B, nº 22
O Sermão de Manuel de Sousa Coutinho aos pupilos
O Sermão de Manuel de Sousa Coutinho aos pupilos
Com certeza que qualquer um se surpreenderia se, na expectativa de assistir a uma peça de teatro, acabasse por presenciar uma peça de “faz-de-conta”, seguida de um sermão.
Não posso culpar os incompetentes actores, nem o vergonhoso comportamento dos alunos e nem sequer as fracas instalações como factores separados e sem ligação. Posso, no entanto, culpar todas essas falhas!
Começando pelos alunos, esses tiveram uma postura inadmissível. Desde ruído enquanto a peça decorria, passando por pessoas a apontar lasers, distraindo os actores , a mandar vaias e comentários despropositados e até fumar droga dentro do teatro! Tal comportamento não seria de esperar de alunos do 11º ano e tenho vergonha em ter presenciado isso.
No entanto, os actores não cativaram, por assim dizer, o público. A maior parte deles eram actores sem experiência, que não sabiam projectar a voz e falavam em tom monocórdico, especialmente a actriz que representava Madalena. Provavelmente, o único actor decente que lá estava era o que interpretou Manuel de Sousa Coutinho, marido de Madalena.
Por último, era de esperar que num teatro com uma péssima companhia de actores, as condições fossem más. Algumas cadeiras estavam partidas, as restantes eram desconfortáveis e fazia um frio de morte na sala.
Concluindo, a peça em geral foi deplorável, a meu ver. Mas claro, como não podia deixar de ser, recebemos um sermão no final, relativamente ao nosso comportamento, dado pelo actor que representava Manuel.
Com uma peça de faz de conta e um sermão, devo dizer que passei uma manhã … original !!
Bárbara Pinho, 11º A, nº 3
Com certeza que qualquer um se surpreenderia se, na expectativa de assistir a uma peça de teatro, acabasse por presenciar uma peça de “faz-de-conta”, seguida de um sermão.
Não posso culpar os incompetentes actores, nem o vergonhoso comportamento dos alunos e nem sequer as fracas instalações como factores separados e sem ligação. Posso, no entanto, culpar todas essas falhas!
Começando pelos alunos, esses tiveram uma postura inadmissível. Desde ruído enquanto a peça decorria, passando por pessoas a apontar lasers, distraindo os actores , a mandar vaias e comentários despropositados e até fumar droga dentro do teatro! Tal comportamento não seria de esperar de alunos do 11º ano e tenho vergonha em ter presenciado isso.
No entanto, os actores não cativaram, por assim dizer, o público. A maior parte deles eram actores sem experiência, que não sabiam projectar a voz e falavam em tom monocórdico, especialmente a actriz que representava Madalena. Provavelmente, o único actor decente que lá estava era o que interpretou Manuel de Sousa Coutinho, marido de Madalena.
Por último, era de esperar que num teatro com uma péssima companhia de actores, as condições fossem más. Algumas cadeiras estavam partidas, as restantes eram desconfortáveis e fazia um frio de morte na sala.
Concluindo, a peça em geral foi deplorável, a meu ver. Mas claro, como não podia deixar de ser, recebemos um sermão no final, relativamente ao nosso comportamento, dado pelo actor que representava Manuel.
Com uma peça de faz de conta e um sermão, devo dizer que passei uma manhã … original !!
Bárbara Pinho, 11º A, nº 3
"The show must go on!"
“The show must go on!”
Neste texto de apreciação, pretendo fazer uma crítica à peça de teatro “Frei Luís de Sousa” que fomos ver no dia 27 de Janeiro.
Afirmar que a vimos e que a conseguimos compreender na totalidade é, muito sinceramente, mentir. Não foi a dificuldade do texto, nem a acústica, nem a representação em si; foi o barulho que se fez sentir na plateia. Devo dizer que me sinto envergonhada por ter estado presente e ter assistido ao que se passou. Rádios ligados, música, assobios, telemóveis, lasers… tudo coisas que não deveriam estar presentes num teatro, mas que, neste caso, estiveram e na minha opinião “roubaram” as atenções da peça.
Em relação à peça em si e ao desempenho dos actores, penso que estiveram muito bem, dada a situação. Não consigo compreender como não interromperam a peça a meio, mas como se costuma dizer “the show must go on” ( o espectáculo deve continuar), independentemente das confusões.
Acho que todos os actores conseguiram captar e demonstrar o sentimento do texto. Gostei do facto de terem seguido o texto original, porque, para quem o tinha lido a priori, a representação foi de muito mais fácil compreensão. No entanto, penso que um dos aspectos negativos foi a má acústica, devido à falta de microfones, falta esta que se fez notar no caso das personagens, Maria e D. Madalena, devido ao seu baixo timbre vocal.
Gostava também de falar da actriz que interpretou Maria de Noronha, porque no último acto, quando esta apareceu no meio da plateia, manteve-se calma, mesmo tendo muita gente a gritar e a apontar-lhe telemóveis.
Foi este terceiro e último acto aquele de que eu mais gostei, devido à intensidade da representação de Maria, D. Madalena e Manuel de Sousa Coutinho. É por isso que acho que a representação num todo esteve à altura do texto, ao contrário do público, que não esteve à altura da peça.
Por isso, apenas posso dizer que gostei bastante da peça e da representação individual de Maria e de Manuel. Quero também pedir desculpa em nome de todos os meus colegas pelo seu comportamento e dizer que recomendo esta peça a quem a quiser ver.
Catarina Casella B. Teixeira , 11º B, nº 3
Neste texto de apreciação, pretendo fazer uma crítica à peça de teatro “Frei Luís de Sousa” que fomos ver no dia 27 de Janeiro.
Afirmar que a vimos e que a conseguimos compreender na totalidade é, muito sinceramente, mentir. Não foi a dificuldade do texto, nem a acústica, nem a representação em si; foi o barulho que se fez sentir na plateia. Devo dizer que me sinto envergonhada por ter estado presente e ter assistido ao que se passou. Rádios ligados, música, assobios, telemóveis, lasers… tudo coisas que não deveriam estar presentes num teatro, mas que, neste caso, estiveram e na minha opinião “roubaram” as atenções da peça.
Em relação à peça em si e ao desempenho dos actores, penso que estiveram muito bem, dada a situação. Não consigo compreender como não interromperam a peça a meio, mas como se costuma dizer “the show must go on” ( o espectáculo deve continuar), independentemente das confusões.
Acho que todos os actores conseguiram captar e demonstrar o sentimento do texto. Gostei do facto de terem seguido o texto original, porque, para quem o tinha lido a priori, a representação foi de muito mais fácil compreensão. No entanto, penso que um dos aspectos negativos foi a má acústica, devido à falta de microfones, falta esta que se fez notar no caso das personagens, Maria e D. Madalena, devido ao seu baixo timbre vocal.
Gostava também de falar da actriz que interpretou Maria de Noronha, porque no último acto, quando esta apareceu no meio da plateia, manteve-se calma, mesmo tendo muita gente a gritar e a apontar-lhe telemóveis.
Foi este terceiro e último acto aquele de que eu mais gostei, devido à intensidade da representação de Maria, D. Madalena e Manuel de Sousa Coutinho. É por isso que acho que a representação num todo esteve à altura do texto, ao contrário do público, que não esteve à altura da peça.
Por isso, apenas posso dizer que gostei bastante da peça e da representação individual de Maria e de Manuel. Quero também pedir desculpa em nome de todos os meus colegas pelo seu comportamento e dizer que recomendo esta peça a quem a quiser ver.
Catarina Casella B. Teixeira , 11º B, nº 3
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